Um cenário de contradição marcou um importante torneio de tênis em Salvador, na Bahia, quando fiscais do trabalho flagraram crianças e adolescentes desempenhando funções como boleiras durante o evento esportivo. A descoberta expôs uma realidade preocupante por trás das quadras.
Flagrante em Evento Esportivo
A fiscalização, realizada no último final de semana, identificou pelo menos cinco menores de idade trabalhando de forma irregular no torneio. As crianças e adolescentes, com idades entre 12 e 16 anos, eram responsáveis por recolher as bolas durante as partidas profissionais.
As condições de trabalho levantaram preocupações:
- Jornadas extensas sob sol intenso
- Ausência de equipamentos de proteção adequados
- Falta de supervisão responsável
- Possível prejuízo ao rendimento escolar
Violação de Direitos Fundamentais
O caso representa grave violação ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que protege os jovens contra qualquer forma de trabalho antes dos 16 anos, salvo na condição de aprendiz a partir dos 14.
"Encontrar crianças trabalhando em um evento esportivo de grande visibilidade é especialmente preocupante", analisa um especialista em direitos infantis. "Isso normaliza uma prática ilegal e prejudica o desenvolvimento desses jovens."
Investigação em Andamento
As autoridades já iniciaram procedimento para apurar as responsabilidades pela situação. A organização do torneio e a empresa responsável pela contratação dos serviços estão sendo investigadas.
As penalidades podem incluir:
- Multas pesadas aos responsáveis
- Processos por violação de direitos trabalhistas
- Possível interdição do evento em edições futuras
- Ações na Justiça para reparação dos danos aos menores
Impacto no Esporte Baiano
O incidente mancha a imagem do tênis profissional na Bahia e levanta questões sobre a fiscalização em eventos esportivos. Especialistas defendem maior rigor nos processos de contratação e supervisão em competições que envolvam menores.
O caso serve como alerta para que outros organizadores de eventos esportivos reforcem seus controles e garantam que o esporte seja ambiente de desenvolvimento saudável, não de exploração.