Um cenário de crueldade e esperança se desenrolou na última terça-feira (28) em Buique, no Agreste de Pernambuco. Um bebê de aproximadamente 15 dias de vida foi resgatado com vida após ser abandonado em uma área de mata densa, longe de qualquer residência ou ajuda imediata.
O resgate que comoveu o Agreste
Por volta das 18h30, uma equipe do Corpo de Bombeiros foi acionada para atender uma ocorrência incomum: o choro de uma criança ecoava pela mata, sem que ninguém pudesse localizar sua origem imediatamente. Após buscas minuciosas, os bombeiros encontraram o recém-nascido abandonado no chão, envolto em um cobertor.
"A criança foi encontrada em local de difícil acesso, longe da zona urbana", relatou um dos socorristas. "O bebê estava consciente e reagindo bem aos primeiros socorros".
Condição da criança e cuidados médicos
O bebê foi levado imediatamente para o Hospital Municipal Otacílio Jurema, onde recebeu os primeiros cuidados. Os médicos que atenderam a criança confirmaram que ela passa bem, considerando as circunstâncias do abandono.
"A criança foi estabilizada e permanece em observação. Felizmente, não apresentava ferimentos graves ou sinais de maus-tratos físicos", informou fonte hospitalar.
Investigação em andamento
A Polícia Civil já iniciou as investigações e trata o caso como abandono de incapaz, crime previsto no artigo 133 do Código Penal Brasileiro, que pode render de 1 a 4 anos de prisão.
- Equipes policiais percorrem a região em busca de testemunhas
- Investigadores analisam possíveis câmeras de segurança na área
- Busca por parentes ou conhecidos da criança continua
O que diz a lei sobre abandono de incapaz
O abandono de incapaz é caracterizado quando alguém deixa pessoa que está sob seu cuidado, guarda ou vigilância, em situação de vulnerabilidade. No caso de crianças, a legislação é ainda mais rigorosa, considerando a absoluta dependência dos menores.
Especialistas em direito lembram que o Brasil oferece alternativas legais para mães que não podem criar seus filhos, como a entrega voluntária para adoção através da Vara da Infância e Juventude, procedimento que garante segurança jurídica e proteção à criança.
Repercussão e solidariedade
O caso tem mobilizado a comunidade de Buique e cidades vizinhas. Muitos moradores se mostraram solidários e indignados com a situação, oferecendo apoio e até mesmo se disponibilizando para adotar a criança, caso ela seja encaminhada para um lar substituto.
Enquanto a polícia busca respostas sobre quem abandonou o bebê, a criança recebe cuidados médicos e a atenção de uma equipe multidisciplinar, aguardando o desfecho das investigações e a definição de seu futuro.
