Americano preso no Rio por suspeita de exploração infantil: motorista de Uber desconfiou
Americano preso no RJ por suspeita de exploração infantil

Um cidadão norte-americano foi preso em São Paulo, nesta quinta-feira, acusado de crimes graves de exploração sexual de crianças e adolescentes no Rio de Janeiro. A prisão foi resultado de uma investigação conjunta que começou com a desconfiança de um motorista de aplicativo.

Denúncia de motorista de Uber foi o ponto de partida

A investigação que levou à prisão do americano Floyd Wallace Jr., de 30 anos, teve início a partir de uma denúncia feita por um motorista da Uber. O profissional estranhou o comportamento de um passageiro que se identificava como "Terry William". A corrida solicitada era para buscar duas meninas menores de idade.

Durante o trajeto, as jovens comentaram que iriam encontrar um homem mais velho e estrangeiro, que não falava português. Preocupado, o motorista registrou a ocorrência no suporte interno da empresa de transporte por aplicativo.

Esquema com contas falsas e encontros marcados

A Uber, ao analisar o caso, descobriu que o mesmo indivíduo havia criado diversas contas com nomes fictícios para solicitar corridas destinadas a crianças e adolescentes em diferentes pontos do Rio de Janeiro. Em grande parte das viagens, o suspeito pedia o carro sem estar presente no local de embarque.

A empresa então repassou um relatório completo à Polícia Civil. As investigações da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), em parceria com a polícia paulista, conseguiram identificar o homem como Floyd Wallace Jr. A Justiça do Rio de Janeiro aceitou um mandado de prisão temporária contra ele após descobrirem que havia marcado um encontro com quatro meninas menores no último dia 18 de abril.

Prisão em São Paulo e histórico criminal nos EUA

A detenção ocorreu no bairro da Liberdade, região central de São Paulo. Segundo a polícia, o norte-americano tentou resistir à prisão. No local foram apreendidos diversos itens, incluindo celulares, um notebook, cartões de memória, pen drives e outros dispositivos eletrônicos. A polícia também encontrou um bicho de pelúcia e um relógio com câmera escondida.

A DCAV informou que Wallace possui um extenso histórico criminal nos Estados Unidos, com passagens pela polícia em 13 estados. Sua ficha inclui crimes como resistência à prisão, conduta desordenada, agressão e envolvimento em investigações sobre tráfico de drogas. Essas informações foram compartilhadas pela Homeland Security Investigations, agência de segurança interna dos EUA.

O americano é formalmente suspeito dos crimes de estupro de vulnerável e exploração sexual infantil, além de armazenar conteúdo de abuso de menores. A polícia acredita que ele pretendia fugir do país antes de ser capturado.