
Um importante passo para regulamentar o uso de tecnologia por crianças pequenas foi dado nesta quarta-feira na Câmara dos Deputados. Os parlamentares aprovaram um projeto de lei que estabelece diretrizes claras para o uso de dispositivos eletrônicos por crianças na primeira infância.
O que diz o projeto aprovado?
O texto aprovado determina que crianças entre 2 e 6 anos de idade só poderão utilizar celulares, tablets, computadores e outros dispositivos eletrônicos quando houver mediação ativa de um adulto. Isso significa que simplesmente entregar o aparelho para a criança não será suficiente - os pais ou responsáveis precisarão participar ativamente da experiência digital.
Por que a mediação é fundamental?
Especialistas em desenvolvimento infantil alertam que a exposição precoce e indiscriminada às telas pode trazer diversos prejuízos para as crianças, incluindo:
- Problemas de desenvolvimento da linguagem
- Dificuldades de socialização
- Distúrbios do sono
- Prejuízos à capacidade de concentração
- Risco de dependência tecnológica
O papel dos adultos na era digital
A mediação ativa proposta pelo projeto vai além de simplesmente supervisionar. Ela inclui:
- Selecionar conteúdo adequado para a idade
- Explicar e contextualizar o que está sendo visto
- Estabelecer limites de tempo de uso
- Promover interações durante o uso dos dispositivos
- Garantir que o uso tecnológico não substitua outras atividades essenciais
Próximos passos
O projeto segue agora para análise do Senado Federal. Se aprovado pelos senadores sem modificações, seguirá para sanção presidencial. A proposta tem gerado debates entre especialistas, educadores e famílias sobre o melhor equilíbrio entre os benefícios da tecnologia e a proteção do desenvolvimento infantil.
Esta medida representa um marco importante na discussão sobre infância e tecnologia no Brasil, alinhando-se com recomendações de organizações internacionais de saúde e educação.