25 anos depois: O trauma do sequestro do ônibus 174 que ainda assombra os sobreviventes
25 anos do ônibus 174: trauma ainda vivo

Há exatos 25 anos, o Brasil parou para acompanhar um dos episódios mais chocantes de sua história recente: o sequestro do ônibus 174 no Rio de Janeiro. O crime, transmitido ao vivo pela televisão, deixou marcas profundas não apenas na sociedade, mas principalmente nos sobreviventes que até hoje carregam o peso daquela tragédia.

O dia que o Brasil parou

Em 12 de junho de 2000, Sandro do Nascimento, um jovem em situação de rua, invadiu um ônibus na Linha 174 e manteve reféns por horas. A ação, que começou como um assalto, rapidamente se transformou em um drama nacional, com transmissão ao vivo pelas principais emissoras do país.

As cicatrizes invisíveis

Passados 25 anos, os sobreviventes ainda enfrentam sequelas psicológicas. Muitos desenvolveram transtorno de estresse pós-traumático, crises de ansiedade e depressão. "Ainda acordo no meio da noite ouvindo os gritos", revela uma das passageiras, que preferiu não se identificar.

Falhas que custaram vidas

O episódio expôs graves falhas na segurança pública e no sistema penitenciário brasileiro. Sandro era egresso do sistema prisional e havia passado por diversas instituições para menores infratores antes do crime.

  • Falta de preparo das forças de segurança
  • Ausência de protocolos para situações de crise
  • Falhas no sistema de reintegração social

O legado da tragédia

O caso do ônibus 174 se tornou um marco nos debates sobre segurança pública e direitos humanos no Brasil. Serviu de inspiração para documentários, livros e até mudanças nas políticas de atendimento a crises.

Para os sobreviventes, porém, o maior legado é a lição de resiliência. "Aprendi que a vida pode mudar em um instante", compartilha outro passageiro. "Mas também aprendi que somos mais fortes do que imaginamos."