
Profissionais de saúde da Unidade Básica de Saúde (UBS) da Asa Sul, em Brasília, realizaram um protesto nesta quinta-feira (30) após um episódio de violência que colocou em risco a segurança de funcionários e pacientes.
De acordo com relatos, um homem armado teria invadido a unidade e feito ameaças contra os trabalhadores. O caso, que não resultou em feridos, acendeu o alerta sobre a falta de medidas de proteção nos postos de saúde da capital federal.
Protesto por melhores condições
Os funcionários decidiram paralisar parcialmente as atividades para chamar atenção para o problema. Durante o protesto, eles exibiram cartazes com frases como "Saúde com segurança é um direito" e "Basta de violência contra profissionais da saúde".
"Estamos trabalhando com medo", declarou uma das enfermeiras que preferiu não se identificar. "Precisamos de mais efetivo de segurança e de protocolos claros para situações como essa", completou.
Falta de estrutura preocupa
A UBS em questão atende centenas de pessoas diariamente, mas não conta com seguranças armados ou sistema de monitoramento por câmeras. Profissionais relatam que episódios de agressão verbal são comuns, mas a ameaça com arma de fogo representou um novo patamar de risco.
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou que está analisando o caso e estudando medidas para reforçar a segurança nas unidades. Entretanto, não apresentou um plano concreto ou prazo para implementação.
Impacto no atendimento
O protesto causou alterações no fluxo de atendimento da unidade, com alguns serviços sendo temporariamente suspensos. Pacientes que compareceram à UBS relataram compreensão com a mobilização dos funcionários.
"É inaceitável que quem cuida da nossa saúde tenha que trabalhar sob ameaça", opinou Maria Santos, 62 anos, moradora da região.
A situação reacende o debate sobre a valorização dos profissionais da saúde e as condições de trabalho no serviço público. Especialistas alertam que a falta de segurança pode agravar a já crítica falta de médicos e enfermeiros no SUS.