
Era pra ser mais um dia comum varrendo ruas. Mas o que aconteceu naquela tarde em Belo Horizonte virou pesadelo. Um gari, homem simples que sustentava a família com o suor do trabalho, foi morto a sangue frio — e a filha dele, com a voz embargada, conta como tá tentando seguir em frente.
— Quando penso que nunca mais vou ouvir ele chamando meu nome... — a frase some num soluço. Difícil mesmo segurar as lágrimas. O empresário que fez isso já tá atrás das grades, mas e aí? Vai devolver o pai dela?
O que rolou
Segundo testemunhas, tudo começou com uma discussão besta perto da Praça Sete. O tal empresário — desses que se acham donos da rua — não gostou que o gari pedisse pra ele jogar lixo no lugar certo. Daí pra frente foi pior que novela das nove: o cara sacou uma arma e atirou, sem dó nem piedade.
O pior? Ele fugiu como covarde, deixando o homem caído no chão. Só se entregou depois, quando já tava com a polícia no pé.
Luto que não passa
A filha da vítima, uma moça de 22 anos que prefere não revelar o nome, fala com os olhos cheios de mágoa:
— Meu pai era trabalhador, honesto. Acordava às 4h pra varrer a cidade enquanto esse 'doutor' aí dormia em apartamento de luxo. E no fim, quem morreu foi ele...
Ela conta que o pior momento foi ter que escolher a roupa pro enterro. — Peguei a camisa que ele mais gostava, aquela azul. Tava até engomadinha no armário.
Justiça será feita?
O assassino tá respondendo pelo crime, mas todo mundo sabe como essas coisas funcionam no Brasil. Advogados caros, recursos, presídio especial... Enquanto isso, a família do gari se vira com doações de vizinhos e um salário mínimo que mal dá pra comer.
— A gente quer justiça, mas não é só prender não — diz a filha, com um misto de raiva e tristeza. — É fazer esse homem entender o que ele fez. Destruiu uma família inteira por causa de um pedaço de papel no chão.
O caso tá mexendo com a cidade. Nas redes sociais, o povo tá fazendo vaquinha pra ajudar a família e exigindo punição exemplar. Será que dessa vez a lei vai pegar?