
Não era um dia comum no Rio. Logo cedo, agentes da Polícia Federal bateram à porta de um endereço nada modesto, munidos de um mandado de busca e apreensão. O alvo? Um suspeito de meter a mão — e com força — no cofre público. A quantia? Algo que beira os R$ 20 milhões, dinheiro que deveria ter sido usado para garantir a lisura das eleições, mas que, parece, foi parar noutros bolsos.
O cerco se estreita em torno de um esquema de desvio de recursos da Justiça Eleitoral. A investigação, conduzida pela PF do Paraná, apura fraudes em processos licitatórios. A suspeita é que o investigado — cujo nome ainda não foi revelado — articulava superfaturamento em contratos e depois recebia uma generosa ‘comissão’ por fora. Um daqueles casos clássicos de corrupção que, francamente, já enjoam.
Mas calma, a coisa é mais embaixo. A operação de hoje não surgiu do nada. Ela é um desdobramento direto de uma delação premiada homologada pelo STF. Ou seja, alguém cantou, e cantou feio. E as investigações indicam que o dinheiro desviado não ficou parado — parte teria sido lavado através da aquisição de imóveis de alto padrão. Porque, claro, nada como investir em um bom tijolo com dinheiro sujo, não é?
A defesa do suspeito, como era de se esperar, já se manifestou. Alegam total inocência e afirmam que colaborarão com as investigações para provar que não há nenhum ilícito. Bom, essa é a cartilha, todo mundo sempre diz isso no começo. O tempo — e as provas que a PF busca — dirão se a história é essa mesmo.
O que fica claro é que a máquina de combate à corrupção não parou. Ainda bem. Operações como essa servem de lembrete amargo para quem acha que o erário público é uma conta-corrente particular. A PF vai atrás, e o preço a pagar pode ser muito, muito alto.