Guerra de caciques políticos transforma cidade do RJ em cenário de caos e abandono
Guerra política transforma cidade do RJ em cenário de caos

Era pra ser mais um município pacato do Norte Fluminense, mas virou palco de uma guerra surda que nem os moradores mais antigos conseguem explicar direito. De repente — ou não tão de repente assim —, Campos dos Goytacazes se transformou num tabuleiro de xadrez onde peças políticas se movem deixando rastros de descaso.

O que começou como uma disputa de ego entre dois caciques da política carioca (porque no fim tudo no Rio acaba sendo uma extensão da capital) virou um pesadelo pra quem precisa de posto de saúde funcionando, lixo recolhido e ruas transitáveis. E olha que não é pouco.

O jogo de poder que ninguém ganha

Dois nomes. Três siglas partidárias. Meia dúzia de aliados trocando de lado como quem troca de camisa. Enquanto isso, a conta sempre sobra pro mesmo: o cidadão que paga impostos e vê o dinheiro sumir no buraco negro das rixas políticas.

"É como se a gente tivesse virado moeda de troca", desabafa uma comerciante da região central, pedindo pra não ter o nome divulgado. Medo? Claro. Numa cidade onde até o asfalto parece obedecer a interesses políticos, reclamar pode custar caro.

Os números que doem

  • Investimentos públicos caíram 37% nos últimos 3 anos
  • 13 obras paralisadas por "questões administrativas" (leia-se: disputa de influência)
  • Até o carnaval local, que era tradição, quase não aconteceu por falta de verba

Não é de hoje que o Rio vive dessas guerrilhas políticas — quem acompanha os noticiários sabe. Mas quando o fogo cruzado atinge uma cidade inteira, a história muda de figura. Principalmente quando os dois lados insistem que o problema é sempre "do outro".

Efeito dominó na vida real

Na pracinha do bairro mais afastado, as crianças brincam no meio de entulho. Na zona rural, produtores reclamam que nem os tratores conseguem vencer a lama das estradas esburacadas. E no centro, até os camelôs — normalmente os primeiros a sentir o baque — estão assustados com a queda nas vendas.

"Quando político briga, o povo é que apanha", filosofa um taxista enquanto contorna mais um buraco na avenida principal. Ele nem imagina o quanto essa frase — clichê mas dolorosamente verdadeira — resume a situação.

Enquanto isso, nas redes sociais, os mesmos protagonistas dessa novela postam fotos sorridentes em eventos beneficentes. Ironia? Hipocrisia? Ou só mais um capítulo da velha política brasileira que teima em não mudar?