Fraude do Césio-137: Polícia Revela Esquema que Beneficiou Cerca de 50 Militares da Reserva em Goiás
Fraude do Césio-137 beneficia 50 militares da reserva

Uma investigação da Polícia Civil de Goiás revelou um esquema de fraude que beneficiou aproximadamente 50 militares da reserva com direitos relacionados ao acidente com Césio-137, ocorrido em Goiânia em 1987. A operação, batizada de "Radioatividade", expôs uma rede criminosa que atuava há anos no estado.

Como Funcionava o Esquema Criminoso

De acordo com as investigações, os envolvidos no esquema fraudavam documentos para obter benefícios indevidos vinculados ao maior acidente radioético do Brasil. O modus operandi incluía:

  • Falsificação de laudos médicos e documentos comprobatórios
  • Simulação de vínculos com as vítimas do acidente radioativo
  • Utilização de testemunhas falsas para corroborar as histórias
  • Alteração de registros em sistemas públicos

Operação Radioatividade em Ação

Na última quarta-feira, a polícia cumpriu 15 mandados de busca e apreensão em três cidades goianas: Goiânia, Aparecida de Goiânia e Trindade. As diligências foram concentradas em endereços ligados aos investigados, incluindo residências e escritórios.

O delegado titular da Delegacia Estadual de Investigações de Crimes Cibernéticos (DEICCP), responsável pela operação, destacou que as investigações começaram após denúncias anônimas sobre a falsificação de documentos para obtenção de benefícios junto ao poder público.

Perfil dos Envolvidos

A investigação identificou que os principais beneficiários do esquema eram militares da reserva das Forças Armadas, que supostamente teriam pago valores entre R$ 5 mil e R$ 10 mil para ter acesso aos benefícios fraudulentos.

Além dos militares, a polícia investiga a participação de funcionários públicos que teriam facilitado a inserção dos documentos falsificados nos sistemas governamentais, permitindo a concessão dos benefícios de forma ilegal.

Legado do Acidente do Césio-137

O acidente com Césio-137, ocorrido em setembro de 1987 em Goiânia, é considerado o maior desastre radioético em área urbana do mundo. O incidente contaminou centenas de pessoas e deixou um legado de controles rigorosos sobre materiais radioativos no país.

A exploração fraudulenta deste episódio histórico, conforme aponta a polícia, representa não apenas um crime contra o erário público, mas também uma afronta à memória das vítimas reais do acidente.

As investigações continuam em andamento e novos desdobramentos são esperados nas próximas semanas, podendo resultar em mais mandados judiciais e prisões.