
Um depoimento revelador na Polícia Federal trouxe à tona novas inconsistências no caso dos repasses milionários da Conafer (Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica). O ex-proprietário de empresas que receberam valores significativos dos cofres públicos não conseguiu informar aos investigadores para quem vendeu seus negócios.
Lacunas na investigação
Durante o interrogatório, o empresário Marcos Paulo de Souza demonstrou dificuldades em fornecer detalhes cruciais sobre a transação que envolveu suas empresas MPS Assessoria e Consultoria e MPS Eventos, Educação e Cultura. As companhias foram beneficiadas com repasses que totalizaram R$ 5,7 milhões entre 2021 e 2022.
"O depoimento do ex-dono das empresas levanta mais questões do que respostas", analisa um dos investigadores envolvidos no caso. "A falta de informações básicas sobre uma transação comercial dessa magnitude é, no mínimo, preocupante."
Valores em jogo
- R$ 5,7 milhões em repasses da Conafer para as empresas de Marcos Paulo
- Contratos foram firmados entre 2021 e 2022
- Empresário vendeu os negócios, mas não sabe para quem
- PF investiga possível desvio de recursos públicos
Quebra de sigilo e novas apurações
A investigação ganhou novos contornos com a quebra de sigilo bancário e fiscal determinada pelo ministro Raul Araújo, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A medida permite que a Polícia Federal acesse informações detalhadas sobre as movimentações financeiras envolvendo as empresas e seus proprietários.
O caso está sendo tratado com prioridade pelos investigadores, que buscam entender o fluxo completo dos recursos e identificar todos os envolvidos na operação que movimentou milhões de reais em contratos com a administração pública federal.
Próximos passos
- Análise dos dados obtidos com a quebra de sigilo
- Nova rodada de depoimentos com outros envolvidos
- Rastreamento do destino final dos recursos
- Possível ampliação do escopo da investigação
Enquanto isso, a sociedade aguarda respostas sobre como recursos públicos foram parar em empresas cujos donos não conseguem explicar operações comerciais básicas. O caso reforça a importância do controle rigoroso sobre o dinheiro dos contribuintes.