Emails de Epstein revelam que Trump sabia de abusos, dizem democratas
Emails de Epstein revelam que Trump sabia de abusos

O Comitê de Supervisão da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, controlado pelos democratas, divulgou nesta quarta-feira documentos que incluem trocas de emails entre o financista Jeffrey Epstein e pessoas próximas ao ex-presidente Donald Trump. As mensagens, datadas de 2019, revelam alegações graves sobre o conhecimento de Trump sobre os crimes sexuais cometidos por Epstein.

O conteúdo dos emails reveladores

Em um dos emails enviados ao escritor e jornalista norte-americano Michael Wolff, Epstein afirmou categoricamente que Trump "sabia das meninas". O financista, condenado por crimes sexuais, detalhou que o então presidente pediu que ele renunciasse à condição de membro de Mar-a-Lago, o clube privado de Trump na Flórida.

"É claro que ele sabia das meninas, pois pediu a Ghislaine que parasse", escreveu Epstein, referindo-se a Ghislaine Maxwell, sua ex-companheira e cúmplice nos crimes. Outro email, datado de 2011, sugere que Trump passou "várias horas" com uma das vítimas, identificada como Virginia Giuffre, que morreu em abril de 2025, aos 41 anos.

A reação de Trump e da Casa Branca

Donald Trump reagiu imediatamente às acusações, classificando o caso como "mais uma tentativa de distração" dos democratas. Em publicação na rede Truth Social, o republicano afirmou: "Eles querem ressuscitar a farsa de Jeffrey Epstein para desviar a atenção de seus fracassos, como a paralisação do governo".

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, saiu em defesa do ex-presidente, argumentando que os emails "não provam absolutamente nada" e que Trump "não fez nada de errado". Ela acusou os democratas de "vazar seletivamente informações para criar uma narrativa falsa" e lembrou que Trump expulsou Epstein de Mar-a-Lago "há décadas, por mau comportamento com funcionárias".

O contexto político e histórico

Este não é o primeiro episódio envolvendo Trump no caso Epstein. Em setembro, os democratas já haviam revelado uma carta sexualmente sugestiva supostamente assinada por Trump e endereçada ao financista. Embora o magnata e a Casa Branca tenham negado a autenticidade, o The New York Times apontou semelhanças entre a assinatura da carta e a usada por Trump em correspondências pessoais.

O governo norte-americano também divulgou uma lista de reportagens que, segundo a Casa Branca, demonstram a falta de credibilidade de Michael Wolff, o autor que recebeu o email de Epstein, classificando seu trabalho como "repleto de erros e imprecisões".

Jeffrey Epstein foi encontrado morto em sua cela em agosto de 2019, em Nova York, sob circunstâncias que levantaram suspeitas de homicídio. Ele mantinha laços próximos com diversas figuras influentes, incluindo Donald Trump, Bill Clinton e o príncipe Andrew do Reino Unido.

Durante sua campanha à presidência, Trump prometeu "revelações bombásticas" sobre o caso, mas desde então tem tentado minimizar o tema, chamando as acusações de "farsa orquestrada pela oposição democrata". Os documentos recém-divulgados reacenderam o debate político sobre as relações de Epstein com personalidades poderosas e o que elas realmente sabiam sobre seus crimes.