Caiado pede para ser ouvido na CPI do Crime Organizado em busca de projeção
Caiado busca ser ouvido na CPI do Crime Organizado

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), tomou uma atitude surpreendente após ser excluído da lista inicial de autoridades que serão ouvidas pela CPI do Crime Organizado. Mesmo não estando entre os convidados originais, o presidenciável para 2026 disparou telefonemas para senadores e membros da cúpula da comissão pedindo para ser ouvido.

Os critérios da CPI e a exclusão de Goiás

O relator da CPI, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), apresentou na última terça-feira, 4 de novembro de 2025, o plano de trabalho com as diretrizes iniciais da comissão. O documento listou nove pontos principais a serem investigados, incluindo as rotas utilizadas para o transporte de drogas e armas, além das fragilidades do sistema prisional.

Com base em indicadores do Ministério da Justiça e do Fórum de Segurança Pública, Vieira defendeu a oitiva de governadores dos estados mais e menos seguros do país. Entre os considerados seguros estão Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. Já os menos seguros são Amapá, Bahia, Pernambuco, Ceará e Alagoas.

Também foi solicitada a presença de governadores de estados que são base original das principais facções criminosas - São Paulo e Rio de Janeiro. Em todos os casos, os depoimentos serão sob convite, quando a presença não é obrigatória.

A jogada política de Caiado

Ronaldo Caiado, que é pré-candidato à Presidência da República em 2026, tem como principal bandeira a segurança pública. A comissão parlamentar de inquérito representa uma oportunidade valiosa para projetar nacionalmente sua imagem sobre o tema.

Na avaliação do comando da CPI, para o qual Caiado relatou "ser importante" a sua presença, não há obstáculos à participação do governador, muito embora ele não se enquadre no escopo original nem seu estado esteja dentro das métricas avaliadas.

O cenário presidencial em formação

Além de Caiado, outros governadores convidados pela CPI como exemplos bem-sucedidos também são apontados como possíveis presidenciáveis para uma chapa de oposição ao presidente Lula em 2026. Entre eles estão:

  • Ratinho Júnior (PSD) do Paraná
  • Tarcísio de Freitas (Republicanos) de São Paulo
  • Eduardo Leite (PSD) do Rio Grande do Sul

A recém-criada CPI do Crime Organizado enfrenta entre seus desafios, além de investigar os meandros das facções criminosas, evitar que o debate se transforme em um palanque político desnecessário. A situação envolvendo Caiado ilustra perfeitamente este risco, já que o governador busca na comissão uma plataforma para suas ambições nacionais.

O desenrolar deste episódio promete aquecer ainda mais o debate sobre segurança pública no país, tema que tende a dominar as discussões eleitorais de 2026, enquanto a CPI tenta equilibrar seus objetivos investigativos com as inevitáveis ambições políticas de seus participantes.