
A Polícia Federal (PF) confirmou nesta terça-feira (18/06/2025) que uma estrutura paralela da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), durante o governo de Jair Bolsonaro, realizou espionagem ilegal contra o ministro da Justiça, Flávio Dino, durante as eleições presidenciais de 2022.
Segundo a investigação, a chamada "ABIN Paralela" utilizou ferramentas de monitoramento para rastrear as atividades de Dino, que na época era candidato ao Senado pelo Maranhão e figura-chave na campanha de Luiz Inácio Lula da Silva.
Como funcionava a operação clandestina
De acordo com a PF, a estrutura paralela agia sem supervisão institucional e usava métodos questionáveis, incluindo:
- Acesso não autorizado a dados sigilosos
- Monitoramento de comunicações privadas
- Rastreamento de movimentos de autoridades políticas
Impacto nas eleições
As investigações sugerem que as informações coletadas ilegalmente podem ter sido usadas para influenciar o processo eleitoral, embora ainda não haja provas conclusivas sobre esse ponto.
O caso ganhou novos contornos após a PF encontrar documentos e registros que comprovam a atuação da estrutura paralela. As descobertas fazem parte de uma investigação mais ampla sobre o uso político da ABIN durante o governo anterior.
Repercussão política
O ministro Flávio Dino afirmou que as revelações confirmam suspeitas antigas sobre abuso de poder. "Isso mostra o nível de degradação institucional que vivemos nos últimos anos", declarou.
Representantes do governo Bolsonaro ainda não se manifestaram oficialmente sobre as novas acusações. Especialistas em direito eleitoral afirmam que o caso pode ter implicações jurídicas significativas.