Ex-PM tem pena aumentada para 36 anos pela morte brutal de advogado em Tocantins: a luta por justiça que chocou o país
Ex-PM tem pena aumentada para 36 anos por matar advogado

O caso é daqueles que deixam qualquer um com um nó na garganta — e uma pergunta martelando na cabeça: até onde pode ir a crueldade humana? Quase seis anos depois do crime que chocou o Norte do país, a justiça finalmente deu uma resposta contundente.

Na última segunda-feira (18), o Tribunal de Justiça do Tocantins aumentou a pena do ex-PM Eliel Ribeiro de Carvalho de 24 para 36 anos de prisão. O motivo? O assassinato brutal do advogado Rodrigo Zen, em pleno ano de 2019. Um daqueles crimes que parecem saído de roteiro de filme policial sombrio demais.

E olha que o caso já era grave antes — mas os desembargadores tocantinenses viram nuances ainda mais tenebrosas. A tal da «qualificadora de ocultação de cadáver» entrou em cena, e como! Basicamente, o tribunal entendeu que o ex-policial não só matou, como tentou apagar todos os rastros do seu rastro de violência.

O que aconteceu naquela noite em Palmas?

Pouca gente lembra, mas a história começou com uma discussão de trânsito — daquelas banais, que acontecem todo dia. Só que nessa, o nervosismo escalou para uma agressão. E depois, para uma emboscada.

Sim, emboscada. Horas depois do primeiro encontro, Carvalho — que na época ostentava farda e autoridade — teria interceptado Rodrigo numa rua escura. Testemunhas e provas indicam que ele não agiu sozinho: um amigo, identificado como militar da ativa, estaria envolvido.

O advogado foi levado para uma área isolada. Lá, levou não um, mas seis tiros. Um execution-style, como diriam nos seriados americanos. O corpo foi abandonado como lixo, num terreno baldio. Só foi encontrado dois dias depois, graças a uma busca desesperada da família.

Justiça lenta, mas não falha

O julgamento original, em 2022, já tinha sido duro: 24 anos de cadeia. Mas a promotoria — e a família de Rodrigo — achou pouco. Recorreu. E a segunda turma criminal do TJ-TO deu razão a eles.

«A conduta do agente foi além do homicídio», disse um dos desembargadores, sob olhares sérios no plenário. «Houve tentativa de desfigurar a cena, de negar até o direito ao luto».

Trinta e seis anos. Quase quatro décadas atrás das grades. Uma sentença rara, pesada, que ecoa como um alerta: violência policial, abuso de autoridade e tentativa de encobrimento terão, sim, consequências.

Enquanto isso, do lado de fora do tribunal, a família de Rodrigo Zen respira aliviada — mas ainda sem fechar o ciclo de luto. «A gente não traz ninguém de volta com pena de prisão», disse um parente, sob o sol quente de Palmas. «Mas pelo menos dormimos sabendo que a justiça não fechou os olhos.»