Uma operação de grande porte da Polícia Federal está em andamento nesta quarta-feira (30) para desarticular uma complexa rede de financiamento de garimpos ilegais em terras indígenas dos estados de Mato Grosso e Pará. As investigações apontam que o grupo movimentou aproximadamente R$ 500 milhões em recursos ilícitos.
Esquema milionário desvendado
De acordo com as investigações, os alvos da operação atuavam como "banqueiros do garimpo ilegal", fornecendo capital para a compra de equipamentos, combustível e logística necessários para a extração predatória de ouro em áreas protegidas. O esquema envolvia empresas de fachada e transações financeiras complexas para ocultar a origem do dinheiro.
Áreas protegidas sob ataque
As investigações concentram-se em garimpos localizados em terras indígenas já homologadas, onde a atividade mineral é expressamente proibida por lei. Entre as áreas afetadas estão territórios tradicionais que sofrem com:
- Desmatamento acelerado
- Contaminação de rios por mercúrio
- Conflitos com comunidades indígenas
- Danos irreparáveis ao meio ambiente
Operação em múltiplas frentes
A PF cumpre 11 mandados de busca e apreensão em quatro municípios: Cuiabá e Rondonópolis, em Mato Grosso; além de Marabá e Itupiranga, no Pará. As ordens judiciais foram expedidas pela Justiça Federal em Cuiabá, representando um duro golpe na estrutura financeira do garimpo ilegal na região.
Crimes investigados
Os investigados respondem por uma série de crimes graves, incluindo:
- Extração ilegal de minérios
- Organização criminosa
- Lavagem de dinheiro
- Crimes contra o patrimônio da União
- Danos ao meio ambiente
As investigações começaram em 2023 e revelaram como o garimpo ilegal se profissionalizou, contando com estruturas financeiras sofisticadas que permitiam a continuidade das atividades predatórias mesmo sob fiscalização.
Impacto ambiental e social
Além dos danos ambientais, a operação busca combater os conflitos violentos que se intensificaram nas regiões afetadas, onde comunidades indígenas enfrentam ameaças e intimidações por parte de garimpeiros. A PF ressalta que o desmonte da estrutura financeira é fundamental para enfraquecer toda a cadeia do garimpo ilegal.
