Uma investigação da Polícia Civil de São Paulo revelou um esquema sofisticado do Primeiro Comando da Capital (PCC) que funcionava como uma verdadeira administração paralela do crime. Conhecido como "síndico do crime", o sistema tinha como objetivo principal monitorar e controlar todas as atividades criminosas em determinadas regiões.
O papel do "síndico do crime"
De acordo com as investigações, o acusado Alan dos Santos Ferreira, preso na Operação Syndicus, atuava como coordenador geral das ações do PCC em São Paulo. Suas funções incluíam:
- Monitorar autoridades como juízes, promotores e policiais
- Controlar e fiscalizar outras facções criminosas
- Administrar disputas territoriais entre grupos rivais
- Organizar o pagamento de advogados para presos da facção
Esquema de vigilância sofisticado
A investigação descobriu que o PCC mantinha um sistema detalhado de vigilância sobre as autoridades. Os criminosos coletavam informações pessoais e profissionais de:
- Magistrados do Tribunal de Justiça
- Membros do Ministério Público
- Delegados e agentes policiais
- Funcionários do sistema prisional
"Eles sabiam onde essas pessoas moravam, trabalhavam e até os trajetos que faziam no dia a dia", revelou um delegado envolvido na operação.
Operação Syndicus
A prisão de Alan dos Santos Ferreira ocorreu durante a Operação Syndicus, deflagrada na última quarta-feira. As investigações começaram em abril de 2024, após a descoberta de que o PCC estava exercendo controle sobre outras facções através de um sistema hierárquico bem estruturado.
Os investigadores encontraram provas concretas do esquema durante buscas realizadas:
- Celulares com aplicativos de mensagem criptografada
- Anotações detalhadas sobre autoridades
- Documentos com a estrutura organizacional do crime
- Registros financeiros do esquema
Impacto na segurança pública
O desmantelamento deste esquema representa um golpe significativo na estrutura do PCC. A investigação continua para identificar outros envolvidos e desarticular completamente o sistema de "sindicalização" do crime na capital paulista.
As autoridades alertam que a prisão do principal suspeito não significa o fim das atividades, mas sim um importante avanço no combate ao crime organizado na região.