Uma investigação de alto impacto revelou que a mesma ordem do Primeiro Comando da Capital (PCC) que determinou a execução do ex-delegado Sílvio Antônio de Almeida também incluía na lista de alvos um promotor de Justiça e um diretor do sistema penitenciário paulista. As informações foram confirmadas pelo promotor Lincoln Gakiya, referência no combate ao crime organizado.
Alvos de alto escalão no radar do crime
De acordo com as investigações, o PCC havia emitido ordens específicas para a eliminação dessas autoridades, demonstrando uma ousadia sem precedentes na atuação da facção. O plano criminoso foi descoberto durante as investigações sobre o assassinato do ex-delegado, ocorrido em 24 de outubro de 2025.
"A ordem que matou o ex-delegado também cobrava a execução de um promotor e de um diretor de presídio", afirmou Gakiya em entrevista coletiva, destacando a gravidade das ameaças.
Estratégia de intimidação do sistema
Especialistas em segurança pública avaliam que a inclusão de promotores e diretores de presídios como alvos representa uma escalada perigosa nas táticas de intimidação utilizadas pelo crime organizado. A estratégia parece visar especificamente autoridades que atuam diretamente no combate à facção e no controle do sistema carcerário.
As investigações apontam que o PCC busca:
- Intimidar operadores do sistema de justiça
- Enfraquecer o controle dentro dos presídios
- Demonstrar força perante outras facções
- Criar um clima de medo entre autoridades
Operação de combate ao crime organizado
As revelações surgiram no contexto de uma operação mais ampla contra o crime organizado em São Paulo. As autoridades de segurança já teriam adotado medidas protetivas para os alvos mencionados e intensificado a vigilância sobre líderes do PCC identificados como responsáveis pelas ordens de execução.
O caso do ex-delegado Sílvio Antônio de Almeida, cuja execução deu origem a essas descobertas, continua sob investigação aprofundada. As autoridades trabalham para identificar todos os envolvidos na cadeia de comando que resultou no assassinato.
Esta não é a primeira vez que o PCC demonstra capacidade de atingir figuras de destaque no sistema de justiça, mas a abrangência dos alvos recentes preocupa especialistas em segurança pública.