As polícias Civil e Militar de Rurópolis deflagraram nesta quarta-feira (12) uma megaoperação integrada contra o crime organizado na região Norte do país. A ação, batizada de Operação Godos, contou com a colaboração do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público de Rondônia.
Mandados cumpridos e prisão efetuada
Durante a operação, foi cumprido mandado de prisão temporária contra um suspeito identificado como integrante da organização criminosa. Além disso, os policiais realizaram busca e apreensão em um imóvel onde foram localizados objetos relacionados às investigações.
O preso foi conduzido à Delegacia de Rurópolis, onde passou por todos os procedimentos cabíveis e atualmente segue à disposição da Justiça. A coordenação local ficou a cargo do delegado Ariosnaldo Vital Filho e do major Manoel Vieira, que comemoraram o êxito total no cumprimento das ordens judiciais.
Uma das maiores operações da região Norte
A Operação Godos é considerada uma das maiores ações já realizadas contra o crime organizado na região Norte do Brasil. Coordenada pelo MP-RO com apoio das Polícias Civil e Militar e do Ministério Público Federal, a operação teve desdobramentos em quatro estados:
- Rondônia
- Pará
- Amazonas
- Mato Grosso
As investigações apontaram a existência de uma complexa organização criminosa envolvida em diversos ilícitos, incluindo:
- Extorsões
- Esbulhos possessórios
- Desmatamento ilegal
- Homicídios
- Tortura
- Porte ilegal de armas
- Lavagem de dinheiro
Prejuízo bilionário e devastação ambiental
O Ministério Público obteve decisão judicial determinando o bloqueio de mais de R$ 2 bilhões em bens, direitos e valores. Esse montante corresponde aos danos materiais, ambientais e patrimoniais provocados pelas ações do grupo criminoso.
Conforme dados divulgados pelo MP-RO, o esquema teria movimentado mais de R$ 110 milhões entre 2020 e 2025. Em termos ambientais, a organização causou desmatamento em aproximadamente 25 mil hectares, área equivalente a 35 mil campos de futebol.
O grupo atuava principalmente na zona rural de Nova Mutum Paraná, em Rondônia, onde utilizava violência e ameaças para tomar posse de terras e explorar recursos naturais ilegalmente.
Confronto em Porto Velho
Durante o cumprimento dos mandados na capital Porto Velho, ocorreu um confronto armado entre policiais e o principal líder da organização criminosa. O suspeito reagiu à abordagem e foi baleado, vindo a falecer em decorrência dos ferimentos.
A esposa do líder também foi atingida durante o confronto e foi levada para um hospital local, onde recebe atendimento médico. O episódio marcou um dos momentos mais críticos da operação que mobilizou diversas forças de segurança em quatro estados brasileiros.
