O balneário de Puerto López, no Equador, foi palco de uma onda de violência extrema nos dias 27 e 28 de dezembro de 2025, registrando pelo menos nove assassinatos. A região enfrenta uma escalada sem precedentes de conflitos territoriais entre facções do crime organizado.
O massacre no Malecón
O episódio mais brutal ocorreu na manhã de domingo, 28 de dezembro, na movimentada avenida Malecón, em frente à praia. Criminosos armados, a bordo de uma caminhonete e motocicletas, abriram fogo contra pessoas que compravam e vendiam peixes em uma área popular entre turistas. O ataque resultou em seis mortes imediatas, incluindo a de um bebê de apenas dois anos de idade. Outras três pessoas ficaram feridas.
Investigação e reação das autoridades
Segundo informações do jornal local Primicias, a Polícia Nacional do Equador acredita que os ataques podem ter origem em uma fragmentação da estrutura do grupo criminoso "Los Choneros", que historicamente controla a região. O coronel Wladimir Acurio, em entrevista ao El Diário, afirmou que a polícia já tem "algumas pistas importantes" e que operações estão em andamento para capturar os responsáveis. "Neste momento, vamos realizar operações para localizar e capturar esses criminosos que estão tentando gerar medo e instabilidade na área de Puerto López", declarou o oficial.
O ministro do Interior, João Reimberg, visitou o local e garantiu, em suas redes sociais, que "o estado atuará com toda a sua força" e não descansará até levar os culpados à cadeia. Unidades táticas especializadas, com apoio aéreo, foram deslocadas para a região. Até o momento, nenhuma prisão foi oficialmente anunciada.
Contexto de violência recorde
A sequência de crimes violentos começou na manhã de sábado, 27 de dezembro, com o assassinato a tiros de dois irmãos dentro de um consultório médico. As vítimas, identificadas como Erwin e Angelo Véliz, eram apontadas como supostos líderes locais dos "Los Choneros". No mesmo dia, a polícia registrou outro homicídio no setor de El Platanal.
A província de Manabí, onde Puerto López está localizada, vive o ano mais violento de sua história, com 1.216 mortes violentas registradas apenas em 2025. O número de massacres na região triplicou em comparação com 2024, totalizando 23 ataques múltiplos que deixaram mais de cem mortos. Especialistas atribuem a maioria desses crimes a guerras por território e disputas pela governança criminal.
O Equador encerra 2025 em estado de "conflito armado interno", com uma média de um assassinato por hora. Forças militares permanecem na província de Manabí, conforme afirmou o coronel Acurio, "enquanto for necessário" para tentar conter a espiral de violência.