O Comando Vermelho não nasceu nas ruas, mas entre as grades. Sua origem remonta aos anos 1970, em um dos presídios mais temidos do Brasil: Cândido Mendes, na Ilha Grande. O cenário era de extrema violência e superlotação, onde presos comuns dividiam espaço com presos políticos da ditadura militar.
O Berço da Organização
Foi nesse caldeirão de tensões que começou a se formar o que viria a ser uma das organizações criminosas mais poderosas das Américas. Os presos políticos, muitos com educação e experiência em organização, compartilhavam conhecimentos com os detentos comuns sobre estratégias de resistência e estruturação.
Os Pilares Iniciais
- Proteção mútua contra a violência carcerária
- Código de conduta entre os membros
- Resistência às autoridades prisionais
- Organização hierárquica bem definida
A Expansão Para Além dos Muros
Com a transferência de presos para outros estados, o Comando Vermelho começou sua disseminação pelo território nacional. O Rio de Janeiro tornou-se seu principal campo de atuação, mas a ambição da facção não conhecia fronteiras.
Estratégias de Crescimento
- Controle do tráfico de drogas nas favelas cariocas
- Alianças com outras organizações criminosas
- Expansão para estados como Amazonas, Pará e Paraná
- Diversificação para crimes financeiros e lavagem de dinheiro
O Domínio e Seus Desdobramentos
Ao longo das décadas, o Comando Vermelho se tornou muito mais que uma facção prisional. Transformou-se em um império criminal com influência política e econômica, capaz de desafiar o poder do Estado em diversas regiões.
Seu modelo de gestão do crime serviu de inspiração para outras organizações, enquanto suas disputas territoriais redefiniram a geografia da violência urbana no Brasil. A história do CV é, portanto, não apenas a crônica de uma facção, mas um capítulo fundamental para entender a evolução do crime organizado no país.