Suspeitos de clonar caminhões são liberados após pagar apenas R$ 3 mil em fiança na Baixada Santista
Clonadores de caminhões libertos com fiança de R$ 3 mil

Dois suspeitos de integrarem uma organização criminosa especializada em roubo e clonagem de caminhões recuperaram a liberdade após pagarem uma fiança de apenas R$ 3 mil cada. O caso, que ocorreu na Baixada Santista, levantou questionamentos sobre a eficácia do sistema judicial no combate a crimes de alta complexidade.

Os homens foram detidos pela Polícia Rodoviária Federal durante uma operação de rotina na Via Anchieta. Os policiais desconfiaram do comportamento dos ocupantes de um caminhão Mercedes-Benz/Atego e decidiram abordar o veículo para verificação.

Esquema sofisticado de clonagem

Durante a abordagem, os agentes descobriram que o caminhão possuía placas clonadas do Paraná. Uma investigação mais aprofundada revelou que o veículo havia sido roubado na cidade de São Paulo em setembro, mas já circulava com documentação falsa e características físicas alteradas.

Os investigadores acreditam que os suspeitos faziam parte de uma organização maior, responsável por:

  • Roubo de caminhões em diferentes estados
  • Alteração de números de chassi e motores
  • Falsificação de documentação veicular
  • Comercialização dos veículos clonados para outras regiões do país

Fiança polêmica gera indignação

O valor da fiança, fixado em R$ 3 mil para cada um dos suspeitos, foi considerado baixo por especialistas em segurança pública, especialmente considerando a complexidade do crime e os prejuízos causados às vítimas.

"Valores irrisórios de fiança para crimes organizados comprometem todo o trabalho de investigação policial", analisa um delegado que preferiu não se identificar. "Os criminosos pagam o valor e voltam às atividades praticamente no mesmo dia".

Impacto econômico dos crimes

A clonagem de caminhões causa prejuízos milionários ao setor de transporte no Brasil. Além do valor do veículo em si, que pode ultrapassar R$ 500 mil, as vítimas precisam arcar com:

  1. Multas de trânsito aplicadas indevidamente
  2. Custos advocatícios para comprovar a clonagem
  3. Perda de dias de trabalho durante a resolução do caso
  4. Danos à imagem perante clientes e seguradoras

O caso ocorrido na Baixada Santista serve como alerta para as autoridades sobre a necessidade de revisão dos critérios de fixação de fiança para crimes contra o patrimônio de alta complexidade. Enquanto isso, a investigação continua para identificar outros integrantes da suposta organização criminosa.