Barroso alerta: combate ao crime organizado exige inteligência, não apenas força
Barroso: combate ao crime exige inteligência

Em sua primeira aparição pública desde que se aposentou do Supremo Tribunal Federal, o ex-ministro Luís Roberto Barroso fez duras críticas às políticas de segurança baseadas exclusivamente na força bruta. O jurista participou de um evento em São Paulo nesta quarta-feira (30) e defendeu uma abordagem mais estratégica para enfrentar o crime organizado.

Mudança de paradigma no combate ao crime

Barroso foi enfático ao afirmar que "precisamos reagir ao crime organizado, mas com inteligência". Segundo ele, o Brasil não pode continuar repetindo fórmulas ultrapassadas que se mostraram ineficazes ao longo dos anos.

"Não adianta apenas aumentar o contingente policial ou comprar mais armamentos se não houver uma estratégia bem definida", alertou o ex-ministro, que comandou o TSE até março deste ano.

Críticas às políticas atuais

Durante seu discurso, Barroso fez referências indiretas a operações policiais que resultam em grandes números de mortos, mas poucas apreensões significativas e desarticulação efetiva das organizações criminosas.

  • Defesa de investigações mais aprofundadas
  • Investimento em tecnologia e inteligência
  • Foco na desarticulação financeira do crime
  • Cooperação internacional ampliada

Experiência no Judiciário molda visão

Com quase uma década de experiência no STF, Barroso destacou que acompanhou de perto a evolução do crime organizado no país e como as facções criminosas se tornaram cada vez mais sofisticadas.

"Enquanto o crime se moderniza, usando tecnologia de ponta e métodos empresariais, o Estado insiste em respostas do século passado", criticou.

Propostas concretas

  1. Fortalecimento das agências de inteligência
  2. Maior integração entre polícias e Ministério Público
  3. Combate ao lavagem de dinheiro como prioridade
  4. Políticas sociais preventivas em áreas vulneráveis

O evento marcou o início de uma nova fase na carreira de Barroso, que agora se dedica a palestras e atividades acadêmicas, mantendo-se como uma voz influente no debate sobre segurança pública e democracia no Brasil.