Médico declara morte de auditor fiscal à distância após ver vídeo: prática é proibida e gera investigação
Médico declara morte à distância após ver vídeo: proibido

Um caso que chocou a comunidade médica e levanta sérias questões sobre a ética profissional está sendo investigado em São Paulo. Um médico emitiu uma certidão de óbito de um auditor fiscal sem nunca ter examinado o corpo pessoalmente - prática expressamente proibida pelo Conselho Federal de Medicina.

O que aconteceu?

O auditor fiscal Sílvio Antônio de Oliveira, de 59 anos, foi encontrado morto no sofá de sua casa no dia 21 de setembro. A polícia foi acionada e, no local, um médico legista do Instituto Médico Legal (IML) constatou que se tratava de um caso de morte natural, sem necessidade de remoção do corpo.

A irregularidade

O caso tomou um rumo surpreendente quando um segundo médico, da empresa Meu Médico, foi chamado para emitir a certidão de óbito. Este profissional assinou o documento crucial baseando-se apenas em um vídeo gravado pela esposa do falecido, que mostrava o corpo no sofá.

"A declaração de óbito é um ato médico que exige a verificação direta e pessoal dos sinais de morte", explica o CFM em nota. A prática de declarar óbito à distância é considerada grave infração ética.

As consequências

O caso gerou imediatamente duas frentes de investigação:

  • Processo ético-profissional no Conselho Regional de Medicina
  • Investigação policial para apurar possíveis crimes

O posicionamento do médico

O médico envolvido se defendeu afirmando que estava de plantão e que a família insistiu para que o corpo não fosse removido. Ele declarou ter orientado a família sobre como gravar o vídeo para a avaliação.

No entanto, especialistas são categóricos: não há justificativa para essa prática. A verificação presencial é essencial para evitar erros como declarar óbito de pessoa viva ou mascarar crimes.

Alerta para a sociedade

Este caso serve como alerta para famílias e profissionais de saúde. A emissão de documentação médica deve seguir rigorosamente os protocolos estabelecidos, garantindo a segurança de todos os envolvidos e a idoneidade do sistema de saúde brasileiro.