Advogado é denunciado por desacato após pedir 'decência' a juiz em audiência sobre morte de gêmeas em Igrejinha
Advogado denunciado por desacato a juiz em caso de gêmeas

Um momento de alta tensão marcou o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul nesta terça-feira (22). Durante uma audiência que investigava as circunstâncias das mortes das irmãs gêmeas em Igrejinha, o advogado Charles dos Santos Zimmer fez um apelo por transparência que resultou em sua denúncia por desacato.

O incidente que paralisou a corte

Em meio aos procedimentos da 2ª Vara Criminal da comarca de Taquara, o profissional da lei interrompeu os trabalhos para fazer um discurso emocionado. "Peço decência ao senhor juiz", declarou Zimmer, defendendo que as famílias das vítimas mereciam respostas claras sobre o caso.

O magistrado Alexandre Pacheco não tolerou a intervenção. Considerando as palavras do advogado como um ataque à dignidade da Justiça, determinou imediatamente a abertura de processo por desacato.

Duas tragédias em investigação

O caso que motivou o confronto envolve a morte de duas irmãs gêmeas de apenas 11 anos, ocorrida em março deste ano em Igrejinha. As investigações apontam que as meninas foram vítimas de um possível crime, supostamente praticado pela própria mãe, que também teria tentado contra a própria vida.

A defesa da acusada, no entanto, sustenta que tudo não passou de um trágico acidente doméstico envolvendo monóxido de carbono.

As consequências do confronto

Além da denúncia por desacato, o advogado Zimmer foi afastado do caso pelo período de 15 dias. A medida busca garantir a normalidade dos trabalhos enquanto o processo contra o profissional segue seu curso.

O episódio levanta questões importantes sobre os limites da atuação dos operadores do direito e o direito à defesa ampla, especialmente em casos que envolvem tragédias familiares de grande comoção pública.

O desfecho desta história ainda está por ser escrito, mas uma coisa é certa: o caso das gêmeas de Igrejinha continua a gerar fortes emoções e debates acalorados no sistema judiciário gaúcho.