
Um sobrevivente do polêmico ataque aéreo norte-americano contra uma embarcação nas águas territoriais da Venezuela foi libertado após a Justiça do país constatar falta de provas concretas para mantê-lo preso. O caso, que ocorreu em outubro no Caribe venezuelano, continua gerando tensões diplomáticas entre as nações.
O episódio que chocou o Caribe
Em 3 de outubro, um avião dos Estados Unidos realizou um ataque aéreo contra um barco que navegava próximo à ilha venezuelana de Patos. Segundo autoridades norte-americanas, a embarcação seria utilizada para tráfico internacional de drogas. A ação resultou na morte de pelo menos um indivíduo e na captura de Wilmer Alberto Torre, então identificado como o único sobrevivente.
Falta de evidências determina libertação
Após quase dois meses de investigação, o Tribunal de Controle de Carupano determinou a libertação imediata de Torre. A decisão judicial destacou a ausência de elementos probatórios suficientes que vinculassem o acusado às supostas atividades ilícitas. A defesa sempre sustentou a inocência do cliente, argumentando que ele era um pescador comum.
Repercussão internacional
O incidente reacendeu debates sobre a soberania nacional e operações internacionais em águas contestadas. A Venezuela condenou veementemente a ação norte-americana, classificando-a como violação flagrante de seu território. Especialistas em direito internacional apontam que o caso evidencia as complexidades jurídicas envolvendo operações antidrogas em zonas marítimas sensíveis.
O que acontece agora?
Com a libertação do sobrevivente, o foco se volta para as consequências diplomáticas do episódio. Enquanto Torre retoma sua vida, os governos da Venezuela e Estados Unidos permanecem em posições diametralmente opostas sobre a legalidade e justificativa da operação. O caso serve como mais um capítulo nas já conturbadas relações entre Caracas e Washington.