
O homem responsável pelo atentado contra o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, foi sentenciado a 21 anos de prisão após ser condenado por terrorismo. O veredicto foi anunciado nesta quinta-feira pelo tribunal especial de Pezinok, encerrando um caso que abalou o cenário político europeu.
O acusado, Juraj C., de 71 anos, reconheceu sua culpa no ataque a tiros que deixou o premiê gravemente ferido em maio deste ano. O idoso, que é poeta e escritor, confessou ter agido sozinho e afirmou que não pretendia matar Fico, mas apenas feri-lo.
Motivação política por trás do ataque
Durante o julgamento, ficou evidente que o atentado foi motivado por discordâncias políticas. O atirador declarou sua oposição às políticas do governo Fico, especialmente em relação:
- À reforma do sistema de justiça
- Ao fechamento do Ministério Público Especial
- À postura em relação à Ucrânia
"Eu não queria matar, apenas ferir. Eu pretendia prejudicá-lo e paralisá-lo por um tempo", declarou o réu durante as sessões do tribunal.
Condenação por terrorismo
O júri considerou que o ataque se enquadrava na definição de terrorismo, pois visava intimidar a população e forçar mudanças políticas através da violência. A promotoria argumentou com sucesso que o crime tinha "motivação política clara" e buscava "influenciar as decisões do governo".
Além da pena de 21 anos de prisão, o condenado terá que pagar uma compensação de 20 mil euros à vítima e ficará sob vigilância especial por cinco anos após cumprir a sentença.
Recuperação do premiê e impacto político
Robert Fico sobreviveu ao atentado, mas sofreu ferimentos graves que exigiram múltiplas cirurgias. O político passou por um longo processo de recuperação e retornou gradualmente às suas funções governamentais.
O caso gerou comoção internacional e reacendeu o debate sobre a segurança de líderes políticos e o aumento da polarização na Europa. O atentado também provocou reflexões sobre o clima político na Eslováquia, onde tensões têm crescido nos últimos meses.