PF desmantela esquema que invadia contas gov.br de juízes para liberar veículos apreendidos no RS
PF prende hackers que invadiam contas de juízes no RS

Um esquema criminoso de alta sofisticação tecnológica foi desmantelado pela Polícia Federal nesta quinta-feira (17) no Rio Grande do Sul. Investigadores revelaram que um grupo especializado invadia contas do gov.br de magistrados para remover restrições judiciais de veículos, permitindo sua revenda ilegal no mercado.

Operação cumpre mandados em múltiplas cidades

A operação, batizada de 'Resgate Digital', cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços vinculados aos investigados. As diligências ocorreram simultaneamente em diferentes localidades do estado, marcando o ápice de meses de investigações sigilosas.

Os criminosos desenvolveram métodos avançados para burlar a segurança do sistema governamental, acessando ilegalmente as contas oficiais de juízes. Uma vez dentro do sistema, o grupo removia todas as restrições judiciais de veículos que estavam sob custódia da Justiça.

Modus operandi sofisticado

O esquema funcionava em etapas bem definidas:

  • Identificação de veículos de valor apreendidos em processos judiciais
  • Invasão das contas gov.br de magistrados responsáveis pelos casos
  • Remoção digital das restrições e bloqueios nos sistemas oficiais
  • Documentação falsa para regularização dos veículos
  • Revenda no mercado formal com documentação aparentemente legítima

"A sofisticação técnica chamou atenção dos investigadores desde o início das apurações", revelou fonte envolvida na operação.

Prejuízo milionário e impacto no sistema judicial

As investigações indicam que o prejuízo causado pelo esquema pode chegar a milhões de reais. Além do aspecto financeiro, a operação ilegal comprometia processos judiciais em andamento e colocava em risco a integridade do sistema de justiça digital.

A Polícia Federal trabalha agora para quantificar o número exato de veículos liberados ilegalmente e identificar todos os envolvidos na cadeia criminosa, que incluía desde os hackers até receptadores dos bens.

Os presos serão encaminhados à Superintendência da PF em Porto Alegre, onde prestarão depoimentos e terão a situação legal definida. Eles responderão por invasão de dispositivo informático, falsificação de documento público e associação criminosa.