
A tecnologia que promete revolucionar o futuro está sendo usada para crimes do presente. Em Campinas, no interior de São Paulo, a Polícia Civil abriu investigação para desvendar um caso que mistura inteligência artificial e violação de direitos: a criação e distribuição de imagens pornográficas falsas usando rostos de alunas de uma escola particular da região.
Como o crime foi descoberto
As investigações começaram depois que familiares de estudantes identificaram o material circulando em grupos da internet. As imagens, geradas por IA, mostravam corpos em situações sexuais explícitas com os rostos das adolescentes sobrepostos. A delegada Bruna Guedes, titular do 1º DP de Campinas, confirmou que o caso está sendo tratado com máxima prioridade.
O perigo das deepfakes
Esse tipo de conteúdo, conhecido como deepfake, representa uma nova fronteira do crime digital. Com ferramentas de IA cada vez mais acessíveis, criminosos podem criar vídeos e fotos hiper-realistas para:
- Chantagem e extorsão
- Assédio moral e sexual
- Danos à reputação
- Trauma psicológico nas vítimas
Impacto nas vítimas e famílias
A comunidade escolar está em estado de choque e revolta. Pais e responsáveis relatam a angústia de ver suas filhas sendo vítimas desse crime digital. A escola envolvida, que não teve o nome divulgado, está prestando suporte psicológico às estudantes afetadas e cooperando com as investigações.
O que diz a lei
Especialistas em direito digital alertam que a produção e distribuição desse material configura crime previsto no Marco Civil da Internet e na Lei Carolina Dieckmann. As penas podem chegar a três anos de prisão, além de indenizações por danos morais.
Como se proteger
Diante desse cenário preocupante, autoridades recomendam:
- Controlar o compartilhamento de fotos nas redes sociais
- Usar configurações de privacidade restritivas
- Denunciar imediatamente qualquer conteúdo suspeito
- Buscar apoio jurídico ao identificar material ilegal
O caso de Campinas serve como alerta para todos os pais e educadores: a era digital trouxe avanços, mas também criou novas formas de violência que exigem atenção redobrada.