Golpe da OAB: Polícia desmonta esquema milionário de venda de logins de advogados para fraudes
Golpe da OAB: Polícia desmonta esquema de logins de advogados

Uma investigação policial de grande porte revelou um sofisticado esquema criminoso especializado na comercialização de logins e senhas de advogados regularmente inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A operação, que já prendeu 22 pessoas, expõe uma rede que movimentou milhões de reais aplicando golpes em todo o território nacional.

Como funcionava o esquema criminoso

Os investigadores descobriram que os criminosos atuavam em duas frentes principais. Primeiro, recrutavam advogados que, por valores que variavam entre R$ 500 e R$ 2.000, cediam voluntariamente seus acessos ao sistema da OAB. Em outros casos, os bandidos utilizavam técnicas de phishing para roubar credenciais sem o conhecimento dos profissionais.

Com esses logins em mãos, a organização criminosa acessava o sistema da OAB para verificar processos em andamento e identificar partes envolvidas em ações judiciais. As informações eram então utilizadas para aplicar golpes financeiros especialmente elaborados.

Os golpes aplicados com as credenciais roubadas

Os criminosos desenvolviam estratégias elaboradas para enganar as vítimas:

  • Falsas cobranças de honorários: Contatavam clientes de escritórios de advocacia se passando por funcionários e solicitavam pagamentos de supostas dívidas
  • Golpes processuais: Entravam em contato com partes envolvidas em processos informando sobre supostas custas judiciais que precisariam ser pagas
  • Falsos acordos: Ofereciam acordos fictícios que exigiam pagamentos antecipados

A dimensão do prejuízo

Segundo as investigações, o esquema já causou prejuízos superiores a R$ 5 milhões em todo o Brasil. Uma única vítima chegou a perder R$ 80 mil em um dos golpes aplicados pela organização criminosa.

"É um golpe de alta periculosidade porque se aproveita da credibilidade da OAB e da relação de confiança entre advogado e cliente", explicou um dos delegados responsáveis pela investigação.

Operação da Polícia Civil

A operação policial, batizada de "Phishing Forense", cumpriu 22 mandados de prisão e 40 mandados de busca e apreensão em cinco estados brasileiros: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Goiás.

Entre os presos estão os líderes da organização, intermediários que faziam a ponte entre advogados e golpistas, e os aplicadores dos golpes. A polícia também apreendeu computadores, celulares e documentos que comprovam a extensão da operação criminosa.

Como se proteger desses golpes

Especialistas em segurança digital orientam:

  1. Desconfie de cobranças feitas por telefone ou WhatsApp, mesmo que a pessoa tenha informações específicas sobre seu processo
  2. Sempre confirme diretamente com seu advogado qualquer solicitação de pagamento
  3. Verifique a autenticidade das cobranças através dos canais oficiais do tribunal
  4. Advogados devem habilitar a autenticação de dois fatores nos sistemas da OAB
  5. Nunca compartilhe senhas ou códigos de acesso com terceiros

As investigações continuam e a polícia acredita que o esquema possa ter envolvido mais de 100 advogados e aplicado golpes em milhares de pessoas em todo o país.