ONU Aprova Tratado Global Contra Cibercrime: Brasil Entre os 60 Países que Assinaram o Polêmico Acordo
Brasil assina tratado da ONU contra cibercrime

Um marco na regulamentação do espaço digital foi estabelecido nesta sexta-feira (25), quando mais de 60 países, com destaque para o Brasil, assinaram um tratado internacional da ONU para combater crimes cibernéticos. A cerimônia de assinatura ocorreu durante reunião na sede das Nações Unidas, marcando um passo significativo na cooperação global contra ameaças digitais.

O Que Propõe o Tratado Controverso

A convenção estabelece um framework jurídico comum para investigar e processar crimes cometidos por meio de computadores e redes digitais. Entre os delitos cobertos estão:

  • Ataques cibernéticos a infraestruturas críticas
  • Violações de sistemas computacionais
  • Crimes financeiros digitais
  • Atividades de criptografia com fins ilícitos

Alerta das Organizações de Direitos Digitais

Organizações não-governamentais manifestaram preocupação com o texto final do acordo. Segundo especialistas em liberdades civis, o tratado poderia ser utilizado por governos autoritários para:

  1. Perseguir jornalistas e ativistas políticos
  2. Implementar vigilância em massa
  3. Restringir a liberdade de expressão online
  4. Criminalizar condutas legítimas de segurança digital

"Há um risco real de que este instrumento seja usado contra dissidentes e para suprimir vozes críticas", alertou representante de organização de direitos humanos.

Posicionamento do Brasil e Próximos Passos

O governo brasileiro, que integrou as negociações desde o início, defendeu o texto como equilibrado e necessário para enfrentar desafios transnacionais. A delegação brasileira argumentou que o tratado inclui salvaguardas para proteger direitos fundamentais.

Após a assinatura, o documento seguirá para processo de ratificação nos Congressos nacionais de cada país signatário. Especialistas preveem debates acalorados em várias nações sobre o equilíbrio entre segurança cibernética e liberdades individuais.

O tratado representa a tentativa mais abrangente até o momento de criar padrões globais para combater crimes digitais, em um mundo onde fronteiras físicas são cada vez mais irrelevantes no ciberespaço.