
Uma operação de fiscalização da Prefeitura de Belém transformou a paisagem da movimentada Praça Santuário nesta sexta-feira (19). Agentes municipais retiraram dezenas de vendedores ambulantes que trabalhavam no local, gerando tensão e revolta entre comerciantes informais que dependem do espaço para seu sustento.
Conflito no coração comercial de Belém
Testemunhas relataram que a ação começou no início da manhã, quando fiscais chegaram ao local acompanhados de viaturas. Os profissionais informais foram surpreendidos pela medida e tiveram que recolher rapidamente suas mercadorias para evitar apreensões.
"É daqui que tiro o sustento da minha família", desabafou um dos vendedores, que preferiu não se identificar. "De repente chegam e querem nos tirar sem dar alternativa. Onde vamos trabalhar?"
Impacto no sustento familiar
A Praça Santuário é tradicionalmente conhecida como ponto de comércio popular na capital paraense. Muitos dos vendedores atuam há anos no local, desenvolvendo clientela fixa e dependendo exclusivamente da renda obtida no espaço público.
"Trabalho aqui há mais de dez anos. Meus filhos estudam com o que eu vendo aqui. Agora, do nada, querem nos expulsar", lamentou Maria dos Santos, que comercializa artigos religiosos na praça.
Posicionamento da prefeitura
A operação faz parte de uma série de ações de ordenamento do comércio em espaços públicos que a Prefeitura de Belém vem realizando. Segundo fontes municipais, a medida busca:
- Garantir a livre circulação de pedestres
- Preservar o patrimônio público
- Ordenar o comércio na região
- Cumprir a legislação municipal
Entretanto, os vendedores questionam a falta de diálogo prévio e a ausência de alternativas para reassentamento.
Busca por soluções
Enquanto a poeira não baixa na Praça Santuário, os comerciantes informais se organizam para buscar uma solução negociada com o poder público. A expectativa é que seja encontrado um equilíbrio entre a necessidade de ordenamento urbano e a garantia do direito ao trabalho dessas famílias.
O episódio reacende o debate sobre políticas públicas para o comércio informal em Belém, um desafio que envolve questões urbanísticas, econômicas e sociais.