O herdeiro do trono britânico, príncipe William, encerrou sua passagem por Belém nesta sexta-feira, 7 de novembro de 2025, com uma visita significativa ao Museu Paraense Emílio Goeldi. O evento marcou um importante capítulo na agenda ambiental do príncipe, que demonstrou especial interesse pela causa indígena e pela preservação da Amazônia.
Encontro com lideranças indígenas
William foi recebido no museu pela presidente da Funai, Joenia Wapichana, e por representantes de comunidades indígenas. Juntos, visitaram uma impressionante samaúma de 129 anos, a árvore mais antiga do parque, onde Joenia explicou a conexão espiritual que diversos povos originários mantêm com essa espécie sagrada.
O príncipe participou de um diálogo profundo com cinco lideranças indígenas de diferentes biomas: Dinamam Tuxá, Angela Kaxuyana, Watatakalu Yawalapiti, Juma Xipaia e Toya Manchineri. Durante a conversa, as lideranças presentearam William com itens simbólicos, incluindo leques, geleia e uma camiseta.
Compromissos e promessas
Em um momento crucial do encontro, William questionou Juma Xipaia sobre como poderia contribuir de maneira mais efetiva com as causas indígenas. A liderança respaltou que o apoio internacional é fundamental para pressionar o Brasil a cumprir o que está previsto na Constituição, especialmente no que diz respeito à demarcação de terras.
Juma Xipaia relatou após o encontro: "Falamos para ele como os povos indígenas estão sendo afetados pelas mudanças climáticas na Amazônia. Ele ouviu com atenção e afirmou que vai se engajar mais na nossa luta".
Plantio simbólico e legado familiar
Ao final da visita, William plantou um cedro-branco, espécie ameaçada de extinção na Amazônia e na Mata Atlântica. Joyce Santos, diretora do Museu Goeldi, explicou que a tradição de visitantes ilustres plantarem espécies nativas ajuda a manter viva a coleção botânica da instituição.
Joyce destacou que as sementes da muda plantada por William serão enviadas a outros centros de pesquisa, ampliando o alcance do projeto de conservação. Ela lembrou ainda que o pai do príncipe, o rei Charles III, visitou o Pará em 2009 e investiu em iniciativas científicas na região.
Segundo a diretora, ações como essa ajudam a fortalecer corredores ecológicos e demonstram que restaurar e reflorestar a Amazônia é uma das formas mais eficazes e econômicas de manter a floresta viva.
A presidente da Funai, Joenia Wapichana, afirmou que o encontro com o príncipe William reforçou a importância do reconhecimento e da demarcação das terras indígenas no debate climático, com o compromisso do herdeiro britânico de incluir o tema nas discussões da COP30.