
Parece que o clima resolveu pregar uma peça em Mato Grosso. O rio local — que normalmente seria uma veia pulsante de vida — está mais raso do que uma poça depois da chuva. Sério, 1,13 metro? Até criança consegue atravessar isso sem molhar o shorts.
Os técnicos que monitoram a situação ficaram de queixo caído. "Nunca vi nada parecido em 20 anos de profissão", confessou um hidrólogo que preferiu não se identificar. A média histórica? Quase o dobro disso. E olha que nem estamos no pico da seca ainda.
O que isso significa na prática?
Para quem mora às margens, a situação é tensa:
- Barcos encalhados como baleias fora d'água
- Peixes sumindo mais rápido que dinheiro no fim do mês
- Agricultores com a corda no pescoço — sem água, sem colheita
E tem mais: os especialistas estão com a pulga atrás da orelha. Será que é só uma anomalia passageira ou o novo normal? Com as mudanças climáticas, tudo pode acontecer.
E agora, José?
As autoridades locais — aquelas que normalmente aparecem só em época de eleição — prometem "tomar providências". Enquanto isso, os ribeirinhos seguem na corda bamba, improvisando soluções como podem.
"A gente se vira", diz Dona Maria, 62 anos, enquanto mostra seu "novo" poço artesanal. "Mas e quando isso secar também?" — completa, com um sorriso que não esconde a preocupação.
Enquanto isso, o rio segue minguando, como se fosse um paciente em UTI sem plano de saúde. E a gente aqui, torcendo — literalmente — por um milagre das águas.