
Parece ficção científica, mas é pura realidade: o Brasil já perdeu uma área de vegetação nativa que supera o tamanho de toda a Bolívia. Sim, você leu certo — um país inteiro de florestas, cerrados e outros biomas simplesmente evaporou em pouco mais de três décadas.
Os números são de cortar o coração. Segundo levantamentos recentes, entre 1985 e 2022, o país viu desaparecer nada menos que 1.1 milhão de quilômetros quadrados de áreas naturais. Para quem não é bom em matemática, isso equivale a:
- 7 vezes o estado de São Paulo
- Quase 3 Alemanhas juntas
- Mais de 150 milhões de campos de futebol (sim, a velha unidade de medida brasileira)
O mapa da destruição
O cerrado lidera esse triste ranking, com quase metade de sua cobertura original já transformada em pasto, soja ou terra arrasada. A Amazônia — aquela que todo mundo fala, mas poucos realmente protegem — vem em segundo lugar, com 15% de sua área original já convertida.
E olha que o pior pode estar por vir. Com o avanço descontrolado da agropecuária e a flexibilização das leis ambientais, especialistas preveem que o ritmo da devastação só tende a aumentar. "É como assistir a um trem desgovernado descendo a serra", comenta um pesquisador que prefere não se identificar.
Quem paga a conta?
Além do óbvio impacto na biodiversidade — quantas espécies já sumiram antes mesmo de serem descobertas? —, a perda dessas áreas traz consequências diretas para o clima e até para a economia. Sem floresta, sem chuva. Sem chuva, sem colheita. Simples assim.
E não adianta apontar o dedo só para os grandes produtores rurais. O consumidor urbano, com seu apetite insaciável por carne barata e commodities, também tem sua parcela de culpa nessa história toda.
Será que ainda dá tempo de frear essa máquina de destruição? Alguns acham que sim, mas o relógio está correndo — e rápido. Enquanto discutimos, mais um pedaço do Brasil some do mapa.