
Eis que a natureza nos presenteia com uma notícia que parece saída de um conto fantástico — mas é real como o cheiro da mata após a chuva. Na Bahia, pesquisadores registraram algo nunca antes visto: o primeiro nascimento de uma preguiça-de-coleira do Nordeste (Bradypus torquatus) em cativeiro. Um marco e tanto, não?
O filhote — ainda sem nome, mas já cheio de charme — veio ao mundo no Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) do IBAMA em Salvador. Sua mãe, resgatada há dois anos com ferimentos, tornou-se símbolo de resistência. Quem diria que aquela paciente de quatro patas daria à luz um pedacinho da esperança?
Por que isso é tão especial?
Olha só: essa espécie, que parece ter saído de um desenho animado com seus olhos melancólicos e movimentos de câmera lenta, está criticamente ameaçada. Restam menos de 500 indivíduos na natureza, segundo o ICMBio. Cada nascimento é como encontrar uma agulha num palheiro — só que a agulha tem garras e adora folhas.
- Dados alarmantes: População reduziu 80% em 30 anos
- Habitat: Mata Atlântica do Nordeste (e olhe lá!)
- Ameaças: Desmatamento + caça + falta de corredores ecológicos
"É como ganhar na loteria biológica", brincou o veterinário responsável, antes de corrigir: "Mas com muito mais suor e menos sorte". Os cuidadores passaram noites em claro monitorando a gestação — que, diga-se, é mais longa que a de um elefante! Quase 11 meses de expectativa.
O que vem por aí?
O plano? Quando desmamar, o pequeno — que ainda mama a cada 3 horas — será reintroduzido numa reserva particular no sul da Bahia. "Não adianta só comemorar", alerta uma bióloga do projeto. "Precisamos garantir que ele tenha floresta pra chamar de casa."
Enquanto isso, o filhote — que pesa menos que uma manga — já conquistou a equipe. "Ele tem personalidade", riem os tratadores, mostrando vídeos onde o bichinho "desafia" a gravidade em câmera lenta. Uma estrela desde o berço!