Fazenda no Pantanal é investigada por usar terra da União para criação de gado e suspeita de incêndio criminoso
Fazenda no Pantanal investigada por grilagem e incêndio

Uma investigação da Polícia Federal revelou um esquema de ocupação ilegal de terras públicas no coração do Pantanal. Uma fazenda localizada em Corumbá, Mato Grosso do Sul, está no centro das atenções por utilizar áreas da União para criação de gado, em um caso que envolve suspeitas de fraude e possível participação em incêndios no bioma.

Operação desmonta esquema de grilagem

A Operação Grilagem Pantaneira, deflagrada nesta quarta-feira (23), cumpriu dois mandados de busca e apreensão nas propriedades rurais investigadas. De acordo com as investigações, os proprietários estariam usando indevidamente terras pertencentes à União, prática conhecida como grilagem, para expandir suas atividades pecuárias.

Documentação fraudulenta em análise

As autoridades encontraram indícios de que os envolvidos utilizaram documentação falsa para tentar legitimar a posse das terras públicas. "Há fortes evidências de que os proprietários apresentaram documentos irregulares para tentar legalizar a situação fundiária", explicou um dos investigadores.

Suspeita de incêndio criminoso

Além da grilagem, a fazenda também é investigada por sua possível relação com queimadas no Pantanal. As investigações apontam que os incêndios podem ter sido intencionais, seguindo um padrão comum de limpeza de área para formação de pastagens.

O Pantanal é considerado uma das maiores áreas úmidas continentais do planeta e sofre anualmente com queimadas, muitas delas associadas à expansão das atividades agropecuárias. A destruição deste ecossistema afeta diretamente a biodiversidade local e o regime de chuvas da região.

Impacto ambiental devastador

As queimadas no Pantanal têm consequências graves:

  • Destruição do habitat de espécies ameaçadas
  • Alteração do ciclo hidrológico
  • Emissão de gases de efeito estufa
  • Prejuízos ao turismo regional

Investigação em andamento

Os investigadores analisam agora a extensão total do dano ambiental e o valor do prejuízo causado ao patrimônio público. Os responsáveis pela fazenda podem responder por crimes ambientais, fraude e apropriação de bem público.

"Este caso serve como alerta para que outros proprietários respeitem as áreas de preservação e as terras da União", destacou um representante do Ministério Público Federal.