
Não foi só aquele abraço apertado do verão — a Turquia levou um foguete térmico em julho. Segundo dados oficiais, o país viveu o mês mais torrente desde que começaram os registros sistemáticos, lá nos anos 1960. E olha que não foi por pouco: os termômetros dispararam como pipoca no micro-ondas.
Imagine acordar com a sensação de que alguém esqueceu o secador de cabelo ligado no máximo. Foi mais ou menos isso para os turcos, especialmente nas regiões centrais e sudeste, onde o mercúrio chegou a marcar 5°C acima das médias históricas. Até o mar Egeu — normalmente refrescante — parecia uma sopa morna.
Números que queimam
Os meteorologistas ficaram de cabelo em pé (e não só por causa do calor):
- Média nacional: 25.3°C — a mais alta desde 1968
- Dias consecutivos acima de 40°C: 12 em algumas cidades
- Umidade relativa do ar: caiu para níveis de deserto em várias áreas
"É como se tivéssemos pulado direto para o cenário pessimista das previsões climáticas", comentou um pesquisador local, entre um gole e outro de água gelada. E não, não é exagero — até os cactos estavam procurando sombra.
Efeitos em cadeia
Quando a natureza esquenta o jogo, todo mundo sente:
- Agricultura: plantações murchando antes da colheita
- Energia: consumo de ar-condicionado bateu recordes
- Saúde: hospitais registraram aumento de casos de desidratação
Ah, e os bombeiros? Trabalharam que nem formiguinhas combatendo incêndios florestais — que, claro, se espalharam feito rastilho de pólvora nesse forno humano.
Enquanto isso, nas ruas, os mais velhos sacudiam a cabeça lembrando dos "verões de antigamente", quando 30°C já era considerado calor de rachar. Hoje? Isso é temperatura de inverno em algumas partes do país.