Vida no interior de SP: como é morar na cidade sem cadeia, velório ou lixão?
Vida pacata: interior de SP sem cadeia, velório ou lixão

Imagine acordar com o canto dos pássaros, sem pressa, sem buzinas, sem aquele caos típico das grandes metrópoles. Parece sonho? Para os moradores de uma pequena cidade no interior de São Paulo, isso é rotina. Um lugar onde a palavra "estresse" parece ter sido riscada do dicionário.

Não é à toa que muitos chamam esse cantinho de "oásis da modernidade". Afinal, quem não gostaria de viver num lugar onde:

  • As crianças ainda brincam na rua até o anoitecer
  • Os vizinhos se cumprimentam pelo nome
  • O silêncio da noite só é quebrado pelo coaxar dos sapos

O segredo da felicidade?

Pode parecer estranho, mas essa cidadezinha — que prefere não aparecer nos holofotes — tem uma peculiaridade: não possui cadeia, velório ou lixão. "A gente vive de um jeito diferente", conta Dona Marta, moradora há 40 anos, enquanto rega suas roseiras. "Aqui, quando alguém erra, a conversa resolve."

O clima bucólico se reflete no cotidiano. Às seis da tarde, a praça central vira ponto de encontro. Uns tomam chimarrão, outros jogam conversa fora. Nada daquela correria desenfreada. E sabe o que é mais curioso? O índice de criminalidade é tão baixo que o posto policial mais parece um ponto turístico.

Música, natureza e... silêncio

A trilha sonora da cidade vem da natureza. O vento balançando os eucaliptos, o riacho correndo pedregoso, o coro dos grilos ao entardecer. "Isso aqui é terapia grátis", brinca o músico local João Carlos, enquanto afina seu violão sob a sombra de uma mangueira centenária.

E quando perguntamos sobre o lixão que não existe, a resposta vem com um sorriso: "Reciclamos quase tudo. O que sobra vira adubo. Simples assim." Uma lição de sustentabilidade que muitas capitais poderiam aprender.

Será que esse estilo de vida pacato é para todo mundo? Difícil dizer. Tem quem ache monótono. Mas para os 15 mil habitantes, é pura poesia. Como disse o farmacêutico aposentado Seu Alberto: "Aqui a gente não sobrevive, a gente vive." E não é que ele tem razão?