
Eis que o Tribunal de Contas da União resolveu cutucar a onça com vara curta — e não foi com qualquer vara. Desta vez, a atenção do órgão máximo de controle recaiu sobre um conjunto nada desprezível de emendas parlamentares destinadas a obras no coração do agronegócio brasileiro: Mato Grosso.
O que se descobriu? Indícios — e olha, são fortes — de que o valor cobrado em alguns contratos simplesmente não bate com a realidade. Traduzindo: há uma diferença abissal entre o preço pago e o preço de mercado. Alguém, em algum lugar, embolsou a diferença? A pergunta, agora, vale milhões.
Ministério da Agricultura na Mira
O Ministério da Agricultura, responsável pela aplicação desses recursos, foi formalmente chamado a se explicar. A situação é grave. Não se trata de um deslize burocrático qualquer, mas de uma possível falha sistêmica na fiscalização — ou na falta dela.
O TCU quer saber, ponto por ponto, como foram gastos os recursos, quem autorizou os pagamentos e, o mais importante, por que ninguém notou o superfaturamento antes. Será que virou uma prática comum, dessas que todo mundo sabe mas ninguém fala?
O Silêncio que Grita
Até o momento, o Ministério mantém um silêncio quase ensurdecedor. Nada de pronunciamentos, nada de notas de esclarecimento. O que será que estão apurando nos bastidores? Um erro honesto? Difícil de acreditar. A quantia envolvida é grande demais para passar despercebida.
Enquanto isso, em Mato Grosso, as obras seguem — umas paradas, outras avançando a passos lentos. E o contribuinte? Bem, esse sempre paga a conta, não é mesmo? Fica aquele amargo gosto de impunidade e a sensação de que o jogo é sempre o mesmo: quem manda, lucra; quem paga, se revira.
Agora, é esperar. O TCU não costuma deixar barato — e a pressão por respostas só aumenta. Será que desta vez a corda vai arrebentar do lado certo?