
A Justiça de Tatuí acaba de determinar que a Prefeitura Municipal pague uma indenização de R$ 300 mil à família de um jovem de 21 anos que morreu após uma série de falhas no atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade. O caso, que chocou a comunidade local, revela graves deficiências no sistema público de saúde.
O trágico desfecho que poderia ter sido evitado
O jovem, que sofria de diabetes, procurou a UPA de Tatuí em duas oportunidades distintas apresentando sintomas graves da doença. Nos dois atendimentos, os profissionais de saúde não identificaram a gravidade do quadro clínico do paciente, que foi liberado sem o tratamento adequado.
A situação se agravou rapidamente e o jovem acabou falecendo em decorrência das complicações do diabetes, uma doença que, quando tratada corretamente, permite que os pacientes tenham uma vida normal.
Falhas no atendimento médico
De acordo com o processo judicial, as principais falhas apontadas foram:
- Falta de diagnóstico preciso dos sintomas apresentados
- Ausência de exames complementares necessários
- Subestimagem da gravidade do quadro clínico
- Liberação do paciente sem o tratamento adequado
Decisão judicial histórica
A 1ª Vara Cível de Tatuí considerou que houve negligência por parte do serviço público de saúde e condenou o município ao pagamento de R$ 300 mil em danos morais para a família do jovem. O valor deverá ser depositado em conta judicial em até 15 dias, sob pena de multa por atraso.
Na sentença, o juiz destacou que "o poder público tem o dever constitucional de prestar atendimento médico adequado à população" e que, neste caso específico, houve falha grave nesse compromisso.
Impacto na comunidade
O caso reacende o debate sobre a qualidade do atendimento nas UPAs da região e serve de alerta para a necessidade de melhorias no sistema público de saúde. Para familiares de pacientes com doenças crônicas, a decisão judicial representa um importante reconhecimento da responsabilidade do Estado na garantia do direito à saúde.
Especialistas em saúde pública destacam que casos como este evidenciam a urgente necessidade de capacitação contínua dos profissionais que atuam no atendimento de emergência, especialmente para identificar e tratar adequadamente condições médicas sérias como o diabetes descompensado.