Pipas suspendem operações no Aeroporto de Congonhas e afetam 14 voos
Pipas suspendem operações no Aeroporto de Congonhas

O Aeroporto de Congonhas, um dos mais movimentados do país, teve suas operações interrompidas de forma intermitente na tarde deste domingo (7). O motivo foi a presença de pipas soltas no espaço aéreo próximo às pistas, representando um grave risco à segurança do tráfego aéreo.

Quatro interrupções e uma operação de recolhimento

De acordo com a Aena, concessionária que administra o terminal, a suspensão das atividades ocorreu em quatro momentos distintos, entre 13h15 e 14h23. Durante esse período, as equipes de solo do aeroporto realizaram uma ação para remover os objetos. No total, foram recolhidas 20 pipas que ameaçavam a aproximação e a decolagem das aeronaves. As autoridades de segurança foram acionadas para lidar com a situação.

Impacto nos voos: cancelamentos e desvios

O incidente causou transtornos significativos para o cronograma de voos. A Aena informou que, em decorrência das paralisações, dois voos foram cancelados e outros 12 tiveram que ser desviados para outros aeroportos. A companhia aérea Gol, por sua vez, detalhou que dez de seus voos com destino a Congonhas precisaram alternar para outros terminais na tarde de domingo.

Um exemplo concreto do problema foi vivido pela reportagem da TV Globo. A equipe estava em um voo que partiu do Rio de Janeiro às 13h30. A aeronave chegou a sobrevoar Congonhas, mas não obteve autorização para pousar. O comandante explicou aos passageiros que a presença de pipas nas proximidades impedia o pouso em segurança na capital paulista. Diante do impasse, o avião retornou ao Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.

Risco conhecido e alertas constantes

Este não é um caso isolado. A prática de soltar pipas em áreas próximas a aeroportos é um problema recorrente e extremamente perigoso, especialmente em regiões densamente povoadas como o entorno de Congonhas. Uma pipa pode ser sugada pela turbina de uma aeronave, causando danos graves e até a perda de controle da aeronave. Além disso, as linhas utilizadas, muitas vezes com cerol (mistura de cola e vidro moído), representam um corte perigoso e podem danificar partes sensíveis do avião.

O episódio deste domingo serve como um alerta para a necessidade de maior conscientização e fiscalização nas áreas de proteção ao redor dos aeroportos. A interrupção das operações, ainda que temporária, gera prejuízos financeiros, atrasos em cadeia e, acima de tudo, coloca em risco a vida de passageiros e tripulações.