
Parece que finalmente alguém acertou na mosca quando o assunto é fazer a ponte entre a população e aqueles que foram eleitos para representá-la. A Ouvidoria da Assembleia Legislativa de Roraima, num lance de pura ousadia, botou pra funcionar um projeto tão simples quanto genérico - e os resultados, olha, estão longe de ser modestos.
Desde que essa nova sistemática começou a valer, lá no final do ano passado, a coisa deslanchou de um jeito que até os mais otimistas se surpreenderam. Estamos falando de mais de 4.500 atendimentos concretizados, um número que dá até um pouco de orgulho de citar. E o melhor: tudo resolvido com uma agilidade que desafia a lentidão que costuma caracterizar o serviço público.
Não é magia, é método
O segredo? Bom, se é que podemos chamar de segredo, está na forma como organizaram o processo. Criaram um workflow tão eficiente que até quem não é da área entenderia. A demanda chega, é classificada com precisão cirúrgica e encaminhada para o setor certo - sem rodeios, sem perder tempo.
E olha que interessante: das mais de 1.500 manifestações que receberam, cerca de 70% já foram solucionadas. Setenta por cento! Num país onde a cultura do "deixa pra depois" muitas vezes prevalece, isso é quase um milagre laico.
O cidadão no centro de tudo
O que mais me chamou atenção nesse projeto todo foi a mudança de mentalidade. Em vez de tratar o cidadão como mais um número na fila, a Ouvidoria da Ale-RR decidiu ouvir de verdade. Fizeram pesquisas de satisfação - coisa rara, né? - e o retorno foi espetacular: 94% dos usuários aprovaram o serviço.
Não é pouco, considerando que o brasileiro médio está mais acostumado a reclamar do que a elogiar quando o assunto é serviço público. A sensação que dá é que finalmente entenderam que o importante não é apenas resolver, mas resolver bem.
Transparência que virou rotina
Outro ponto que merece destaque: a prestação de contas virou parte do DNA do projeto. Relatórios detalhados, dados abertos, tudo disponível para quem quiser conferir. É como se tivessem dito: "Olha, não temos nada a esconder, venham ver como estamos trabalhando".
E sabe o que é mais curioso? Essa abertura toda acabou criando um ciclo virtuoso. Quanto mais transparentes se mostram, mais a população confia e mais participa. É uma daquelas situações raras onde todo mundo sai ganhando.
Claro que nem tudo são flores - sempre tem algum problema aqui, alguma dificuldade ali. Mas a impressão que fica é que criaram algo realmente sustentável, não apenas mais uma daquelas iniciativas que nascem com estardalhaço e morrem na praia.
Quem diria que em Roraima, tão longe dos grandes centros, surgiria um exemplo tão inspirador de como fazer a máquina pública trabalhar a favor do cidadão? Parece que quando há vontade política e método, coisas extraordinárias podem acontecer - mesmo no serviço público.