Favela do Moinho: Justiça paralisa demolições por risco sanitário e autoriza ação da PM em SP
Justiça paralisa demolições na Favela do Moinho

Um novo capítulo se desenrola no conflito envolvendo a Favela do Moinho, localizada no coração de São Paulo. A Justiça concedeu uma liminar que paralisa temporariamente as operações de demolição de 19 edificações na comunidade, atendendo a um pedido do Ministério Público do Trabalho (MPT).

Risco Invisível: O Perigo do Amianto

O motivo central da suspensão é um risco sanitário grave. De acordo com a decisão judicial, há fortes indícios da presença de amianto nos escombros das construções já demolidas. A inalação de fibras de amianto é comprovadamente cancerígena, representando uma ameaça tanto para os trabalhadores no local quanto para os moradores que ainda residem nas proximidades.

A liminar estabelece que as demolições só poderão ser retomadas após a comprovação da inexistência deste material perigoso ou, caso ele seja encontrado, mediante a adoção de um plano de remoção seguro e supervisionado por profissionais habilitados.

Presença da PM é Autorizada

Em um movimento paralelo, a mesma decisão judicial autorizou o acompanhamento da Polícia Militar durante as vistorias técnicas que serão realizadas no local. O objetivo, segundo a Justiça, é "garantir a segurança e a ordem durante a realização das perícias", assegurando que os engenheiros e peritos possam trabalhar sem obstruções.

Um Longo Conflito Urbanístico

A Favela do Moinho, situada na região central da capital paulista, é palco de uma longa disputa judicial sobre reintegração de posse e remoção. O poder público alega que as edificações são irregulares e insalubres, enquanto defensores dos moradores e o MPT argumentam pela necessidade de garantir condições seguras e direitos humanos durante todo o processo.

Esta última decisão coloca a saúde pública no centro do debate, adicionando uma complexa camada de risco ambiental a um caso que já era marcado por fortes tensões sociais.