
Imagine abrir a torneira e... nada. Absolutamente nada. É essa a realidade crua que os moradores de Sumaré encaram há exatas 48 horas – um verdadeiro pesadelo hídrico que se instalou na cidade após aquele temporal de fazer inveja a qualquer filme catástrofe.
Na tarde de segunda-feira, o céu simplesmente desabou sobre a região de Campinas. E não foi um simples chuvisco, não. Foram rajadas de vento que pareciam ter saído de um furacão, uma chuva torrencial que alagou ruas em minutos e, o pior, uma queda de energia generalizada que deixou a cidade no escuro. A natureza mostrou sua força, e como.
O Estrago nos Bastidores
O problema, ao que tudo indica, veio de onde menos se esperava. A concessionária de água, a BRK Ambiental, relatou que a força da tempestade foi tanta que danificou equipamentos elétricos cruciais numa das principais estações de bombeamento. Sem energia para fazer a água circular, o sistema simplesmente entrou em colapso. E olha, não foi um probleminha rápido de resolver – a reposição das peças avariadas está sendo um verdadeiro quebra-cabeça logístico.
Bairros inteiros sentiram o baque na hora. Jardim do Trevo, Residencial São José, Parque das Nações... a lista é longa e crescente. O que era um inconveniente virou rapidamente uma situação de emergência. Famílias com crianças pequenas, idosos, pessoas com necessidades especiais – todos no mesmo barco, ou melhor, no mesmo barco seco.
- Comércio Parado: Restaurantes e lanchonetes, que dependem de água para funcionar, fecharam as portas. Prejuízo na certa.
- Saúde em Risco: A falta de saneamento básico é um perigo iminente para a saúde pública, né? Doenças podem surgir fácil, fácil.
- Cotidiano Virado de Ponta-Cabeça: Cozinhar, limpar, tomar banho... atividades simples se tornaram um luxo inacessível.
E aí você pensa: "Mas e os caminhões-pipa?" Pois é, a Defesa Civil municipal e a própria BRK tentam suprir a demanda com carros-pipa, mas a dimensão do problema é tão grande que a ajuda ainda é insuficiente. É como enxugar gelo. A fila para receber um pouco de água é quilométrica, e a angústia só aumenta a cada hora que passa.
O Desabafo de Quem Vive o Problema
A dona de casa Maria Silva, do Jardim do Trevo, não esconde a exasperação. "É desumano. Desde segunda-feira que a gente vive à base de água mineral e da boa vontade de um vizinho que tem um poço. Para dar banho nas crianças, é um sufoco. A concessionária fala que está trabalhando, mas a gente não vê resultado", desabafa, enquanto aguarda na fila do caminhão-pipa com baldes vazios.
Por outro lado – e sempre tem um outro lado, não é mesmo? –, a BRK Ambiental emitiu uma nota (daquelas bem formais) garantindo que as equipes trabalham sem descanso, 24 horas por dia, para normalizar o fornecimento. A previsão, no entanto, é vaga: "até o final desta quarta-feira". Será? A população, cética, torce para que dessa vez a promessa se cumpra.
Enquanto a água não volta, a lição que fica é dura. Eventos climáticos extremos, cada vez mais comuns, escancaram a fragilidade da nossa infraestrutura básica. Sumaré hoje é um alerta para toda a região. Afinal, até quando vamos depender da sorte para ter o básico em nossas casas?