Santos ganha R$ 115 milhões para reconstruir Vila Gilda após incêndio devastador
Santos ganha R$ 115 mi para reconstruir área após incêndio

Quem passou pela Vila Gilda nos últimos meses sabe: as marcas do incêndio de 2023 ainda cortam como faca. Mas agora, uma luz no fim do túnel — ou melhor, R$ 115 milhões no cofre da prefeitura santista.

O Ministério das Cidades liberou essa grana toda pra tapar os buracos deixados pelo fogo que, em julho do ano passado, botou abaixo boa parte do bairro. E olha que não foi pouco: mais de 200 famílias ficaram no olho da rua, sem contar os prejuízos materiais que fariam qualquer um chorar.

O que vai mudar (de verdade)

A prefeitura — que tá com a faca e o queijo na mão — promete:

  • Recapeamento de ruas que mais parecem crateras lunares
  • Novo sistema de drenagem (pra quando São Pedro resolver dar aquela chuvinha básica)
  • Iluminação pública que não seja só enfeite
  • Áreas de lazer que não deem vergonha alheia

"É dinheiro que caiu do céu, mas vai ter fiscalização com lupa", avisa o secretário de Obras, Marcos Ribeiro, num tom que mistura alívio com pé atrás. E não é pra menos — todo mundo lembra dos escândalos de verbas desviadas que mancharam a política local nos últimos anos.

O lado humano da história

Dona Maria, 62 anos, perdeu a casa onde criou os três filhos. "A gente virou figurante de novela das oito", desabafa, enquanto mostra fotos do terreno que hoje é um amontoado de memórias carbonizadas. Ela é uma das que torcem — com unhas e dentes — para que dessa vez a promessa saia do papel.

Psicologicamente, o trauma ainda assombra. "Toda vez que cheiro fumaça de churrasco, dá um frio na espinha", confessa o pedreiro Rogério, 45, que viu seu barraco virar cinzas em questão de minutos.

O outro lado da moeda

Nem todo mundo tá batendo palmas. O líder comunitário Carlos Alberto esbraveja: "Ano passado prometeram o mundo, e olha no que deu". Ele se refere aos kits de emergência que, segundo moradores, sumiram como mágica antes de chegar a quem realmente precisava.

Já na Câmara Municipal, a oposição fala em "elefante branco" e pede planilhas detalhadas. "Queremos saber cada centavo, até o preço do cafezinho das reuniões", ironiza o vereador Almirante (PSDB).

Enquanto isso, as máquinas — e as esperanças — começam a se mover. A primeira fase das obras deve rolar ainda neste semestre, se o tempo (e a burocracia) colaborarem. Resta saber se, dessa vez, o dinheiro público vai mesmo virar concreto — e não só promessa de campanha.