Não é brincadeira. Pela quinta vez em menos de dois anos, aquela porta de ferro acabou cedendo – ou melhor, sendo arrombada com um pé-de-cabra que deixou marcas profundas no batente. Dessa vez, os ladrões levaram até o macaco hidráulico, ferramentas de precisão e até um par de rodas seminovas. O prejuízo? Algo em torno de R$ 15 mil, segundo contas do Seu Antônio, dono da oficina no Santa Efigênia.
"É de cair o queixo", diz ele, esfregando as mãos engorduradas numa flanela. "Parece que tão de olho na gente. Mal a gente repõe o que foi levado, e pimba! Tão de volta." A delegacia já foi acionada outras vezes, mas até agora – sabe como é – nada de concreto.
Vizinhos também na mira
O que mais assusta é que não é caso isolado. Na quadra de trás, um mercadinho levou três arrombamentos no último semestre. "A gente vira refém", comenta Dona Maria, que pediu pra não mostrar o rosto. "De noite, qualquer barulhinho já faz a gente pular da cama."
E olha que a região nem é das mais escuras – tem até aqueles postes novos de LED. Mas parece que os meliantes tão se profissionalizando. Dessa última vez, segundo as câmeras (que, pasme, não foram levadas), o negócio foi rápido: menos de 4 minutos entre o arrombamento e a fuga.
O que diz a PM?
Quando a gente ligou pra ouvir a versão oficial, veio aquela resposta padrão: "As investigações estão em andamento". Mas o capitão Rocha, que não quis gravar áudio, admitiu que tem um esquema especial pra região depois das 23h. "Só que esses caras são rápidos como gatos", confessou.
Enquanto isso, Seu Antônio já tá pensando em investir num alarme que grite "ladrão!" em três idiomas. Brincadeiras à parte, o clima por ali tá mais pra faroeste do que pra capital mineira. E o pior? Ninguém parece ter a fórmula mágica pra acabar com essa roubaiada.
