
Parece que o destino insiste em bater na mesma porta. Apenas dez dias depois de uma explosão com álcool que tirou a vida do filho e da neta, dona Maria (nome fictício para preservar a identidade) viu sua casa em Cabo Frio ser reduzida a cinzas nesta segunda-feira. O fogo — que começou por volta das 23h — consumiu tudo. Absolutamente tudo.
Os bombeiros chegaram rápido, mas já era tarde. As chamas, altas e vorazes, devoraram a construção em questão de minutos. Vizinhos relataram ter ouvido gritos e visto fumaça escura subindo pelo telhado. "Foi como um pesadelo que se repetiu", contou uma moradora da Rua das Flores, ainda sob choque.
O que restou? Quase nada
No chão, apenas escombros e lembranças carbonizadas:
- Um colar que pertencia à neta
- Fotos de família irreconhecíveis
- O sofá onde todos se reuniam aos domingos
Os bombeiros suspeitam de um curto-circuito — ironicamente, a mesma causa da tragédia anterior. Mas ninguém descarta a possibilidade de um vazamento de gás. A perícia vai apurar.
Duas tragédias em menos de um mês
No dia 1º de agosto, uma explosão com álcool em gel matou o filho de 32 anos e a neta de 8 anos de dona Maria. Eles estavam armazenando o produto — comprado em grande quantidade por causa de uma promoção — quando algo deu errado. O caso chocou a Região dos Lagos.
E agora isso. A mulher, que já estava fragilizada, perdeu o pouco que lhe restava. "Ela não merecia passar por isso de novo", desabafou uma amiga, ajudando a recolher doações na comunidade.
A prefeitura prometeu apoio psicológico e assistência social. Mas, convenhamos, algumas feridas nunca fecham. Principalmente quando a vida insiste em reabri-las.