
O céu azul de domingo em Stella Maris, Salvador, foi tomado por uma cortina de fumaça densa por volta das 9h30. Um hotel — daqueles que recebem turistas o ano todo pela vista privilegiada — virou palco de um drama que ninguém esperava.
Testemunhas contam que as chamas começaram no segundo andar e se alastraram feito rastilho de pólvora. "Parecia um filme de ação, mas era real demais", descreveu um vendedor ambulante que trabalha na praia.
Correria e solidariedade
Enquanto isso, hóspedes em pijamas e banhistas eram retirados às pressas. Alguns perderam documentos, outros, equipamentos de trabalho. Mas o que importava mesmo era escapar ileso — e nisso, graças a Deus, conseguiram.
Os bombeiros? Chegaram em 15 minutos (incrível para um domingo de sol). Dois caminhões, aqueles de mangueira grossa, e uma equipe que parecia não sentir o calor de 30°C sob os macacões.
O que se sabe até agora:
- Não há vítimas fatais — alívio geral
- 6 pessoas com inalação de fumaça foram atendidas
- A causa ainda é mistério (eletricidade? vazamento de gás? bituca mal apagada?)
O hotel, que prefiro não nomear até a família dos donos ser avisada, tem história. Foi reformado em 2018, ganhou até prêmio de arquitetura sustentável. Ironia cruel, não?
Moradores da região já fazem vaquinha virtual para os funcionários — cozinheiros, camareiras, recepcionistas — que ficarão sem renda enquanto o local estiver interditado. "A gente se vira", disse uma das mulheres, com um sorriso que tentava disfarçar a preocupação.
Às 13h, as chamas estavam controladas, mas o cheiro de queimado permanecia. E a pergunta que não quer calar: como um lugar com alvará em dia, supostamente dentro das normas, pegou fogo tão rápido?