
Quem mora na capital mineira sabe: a vida noturna é agitada, mas tem limite. Só que parece que ninguém avisou uma certa obra e um restaurante na região centro-sul de Belo Horizonte.
De acordo com relatos de vizinhos exaustos, o martelar incessante e o vai-e-vem de caminhões acontecem até altas horas — e olha que estamos falando de 2h, 3h da madrugada! "É como se tivessem montado um circo de horrores sonoros aqui do lado", desabafa a aposentada Maria das Dores, que mora a 50 metros do local.
O restaurante que não conhece o significado de "hora do descanso"
Enquanto isso, do outro lado da rua, um restaurante recém-inaugurado parece ter adotado o lema "o show nunca pode parar". Música alta, clientes falando aos berros e o barulho de cadeiras arrastando no piso até de madrugada viraram rotina.
"Parece que estamos morando dentro de uma caixa de som", reclama o professor universitário Carlos Eduardo, mostrando as olheiras profundas de quem não dorme direito há semanas.
O que diz a lei?
Pela legislação municipal, o barulho em áreas residenciais deve respeitar os seguintes limites:
- Até 55 decibéis durante o dia (7h às 19h)
- No máximo 50 decibéis à noite (19h às 7h)
- Obra? Só com autorização especial para horários alternativos
O problema? A fiscalização — ou melhor, a falta dela. "Já fizemos várias denúncias, mas parece que ninguém resolve", desabafa uma moradora que preferiu não se identificar.
E agora, José?
Enquanto a prefeitura não age, os moradores improvisam: tampões de ouvido, janelas fechadas (mesmo no calor) e até remédios para dormir entraram na rotina. "É revoltante pagar tanto de IPTU e ter que viver nessa balbúrdia", protesta um empresário local.
O restaurante, quando questionado, alega que "está dentro da lei". Já a construtora não se pronunciou — mas continua fazendo barulho como se não houvesse amanhã.
Uma coisa é certa: nesse cabo de guerra entre progresso e qualidade de vida, quem está perdendo são os moradores que só querem uma noite de sono tranquila.